Apesar de ter pedido demissão do comando do Ministério da Previdência, Carlos Lupi vai continuar exercendo influência na pasta, que enfrenta uma crise após uma série de reportagens do Metrópoles revelarem um esquema de fraude do INSS.
Segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, o atual secretário-executivo da pasta, Wolney Queiroz, deve assumir o lugar de Lupi na chefia do ministério.
Também integrante do PDT, Queiroz é aliado de primeira hora de Lupi. Inclusive, o futuro chefe da Previdência integrou a equipe de transição do governo Lula em 2023.
Os auxiliares do presidente Lula são aliados há mais de três décadas. Em uma publicação recente, no dia 16 de março, o novo ministro escreveu uma homenagem ao seu então chefe nas redes sociais.
“Tenho uma convivência e amizade de quase 35 anos! Como filiado ao PDT, tenho a honra de seguir sob sua liderança, sem nunca ter dado um voto contrário às suas determinações. Discordamos, debatemos, argumentamos, mas sempre encontramos o caminho da convergência em torno do melhor para nosso PDT”, escreveu Wolney para Lupi.
Mais cedo, integrantes do PDT disseram à coluna que o ministro pretendia pedir demissão por estar passando por um processo de fritura dentro do governo nos últimos dias.
Operação Sem Desconto
Em março de 2024, o Metrópoles revelou, a partir de dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), que 29 entidades haviam ampliado de R$ 85 milhões para R$ 250 milhões o faturamento com descontos por mês, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto respondiam a 62 mil processos em todo o país movidos por aposentados que as acusavam de fraude nas cobranças.