Gangues de El Salvador afirmam que ajudaram Nayib Bukele, ídolo da extrema-direita, a chegar ao poder

Dois líderes da gangue Barrio 18 afirmaram que ajudaram Nayib Bukele a conquistar a presidência de El Salvador. Segundo eles, o apoio ocorreu em troca de privilégios e redução da repressão.

As declarações foram feitas ao jornal El Faro, revelando que, desde 2014, houve negociações com aliados de Bukele para garantir votos e diminuir os homicídios no país.

Acordos com o governo

Carlos Cartagena, conhecido como “Charli”, líder da facção Revolucionários do Barrio 18, afirmou que as gangues colaboraram com Bukele nas eleições de 2015 e 2019. Ele estimou que “cerca de 75%, 80% se deveu às gangues” para a vitória de Bukele.

Outro membro, identificado como Liro Man, relatou que ameaçaram famílias em áreas sob seu controle para votarem em Bukele.

Intermediários sancionados

Os contatos com as gangues teriam sido feitos por Carlos Marroquín, diretor do programa Tejido Social, e Osiris Luna, vice-ministro da Justiça. Ambos foram sancionados pelos EUA em 2021 por negociarem com líderes das gangues Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18.

Promessas não cumpridas

Cartagena afirmou que Bukele prometeu “o fim da guerra” entre as forças de segurança e as gangues, mas rompeu o acordo após assumir a presidência. Em 2022, após um fim de semana com 87 mortes violentas, Bukele impôs o regime de exceção, resultando na prisão de mais de 80 mil suspeitos de envolvimento com gangues, sem mandados judiciais.

Resposta de Bukele

Bukele, conhecido por sua política de segurança dura, respondeu no X (antigo Twitter): “Um país em paz, sem mortos (…) não é rentável para as ONGs de defesa dos direitos humanos nem para veículos globalistas”, acusando-os de perderem “seu negócio”.

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