A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrentou uma onda de críticas após a aprovação de um novo uniforme alternativo para a Seleção Brasileira, com cores coral e preto. O presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, inicialmente deu sinal verde para o projeto apresentado pela Nike, mas recuou diante da repercussão negativa, especialmente entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são do Estadão.
O novo modelo, que seria a terceira camisa da seleção para a Copa do Mundo de 2026, gerou polêmica por se afastar das tradicionais cores verde e amarelo, associadas à identidade nacional e, recentemente, a movimentos políticos de direita.
Aprovação e recuo
Em abril de 2024, a Nike apresentou o projeto do uniforme alternativo em uma reunião com a CBF. O design, que mesclava as cores coral e preto, foi aprovado por Ednaldo Rodrigues sem consulta ampla à equipe de marketing. Uma segunda reunião em outubro reafirmou a decisão.
Contudo, após imagens do suposto uniforme circularem nas redes sociais e gerarem críticas, especialmente de grupos políticos conservadores, a CBF emitiu nota negando a definição do novo uniforme. A entidade afirmou que as imagens divulgadas eram falsas e que não havia decisão final sobre o design.
Pressão política e simbologia das cores
A escolha das cores coral e preto foi interpretada por muitos como uma tentativa de desvincular a camisa da seleção das cores associadas ao bolsonarismo. Desde os protestos contra o governo Dilma Rousseff em 2015, o verde e amarelo da seleção passaram a ser símbolos de movimentos de direita.
A reação negativa à nova camisa evidenciou a dificuldade da CBF em lidar com a politização dos símbolos nacionais. A entidade, que buscava inovação e modernização, enfrentou resistência de uma parcela significativa da população que vê nas cores tradicionais um elemento de identidade nacional.
Impacto na relação com a Nike
A mudança de planos da CBF também afetou a relação com a Nike, fornecedora de material esportivo da seleção desde 1996. A empresa, que havia desenvolvido o novo design com base nas diretrizes da CBF, terá que reformular o projeto para atender às novas exigências da entidade.
A parceria entre CBF e Nike é uma das mais antigas e lucrativas do futebol mundial. Qualquer alteração nos planos pode ter implicações comerciais e estratégicas para ambas as partes.
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