Câncer de Próstata — Entenda a doença do maestro João Carlos Martins

 

Um dos maiores músicos brasileiros, o maestro João Carlos Martins, de 84 anos, foi diagnosticado com câncer de próstata.

O músico descobriu, em março deste ano, um câncer agressivo e precisou fazer uma cirurgia.

 

Entenda a doença

 

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum.

 

A doença caracteriza-se por um tumor que se desenvolve na próstata, uma glândula do sistema reprodutor e urinário masculino que liga a bexiga ao orifício externo do pênis e é responsável por produzir o líquido prostático, que, juntamente ao líquido seminal, forma 90% do sêmen.

No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

 

Fatores de risco

 

Entre os principais fatores de risco estão:

 

Idade: segundo o Ministério da Saúde, a cada dez homens diagnosticados com a doença, nove têm mais de 55 anos;

 

 

Obesidade: o excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado;

 

 

Histórico familiar de câncer de próstata em pai, irmão ou tio diagnosticados com a doença;

 

 

Raça: homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer.

 

 

Segundo o urologista do Hospital Icaraí, Mauro Nolasco, muitos homens, por preconceito, deixam de fazer o exame preventivo, que consiste no exame de toque retal.

 

“Esse exame é importante, pois permite avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos.”

Sintomas

 

Na fase inicial da doença, não há muitos sintomas e, segundo o urologista, quando começam a aparecer, a doença já se encontra em fase avançada, dificultando a cura.

 

“Por isso, identificá-los precocemente é tão importante. Mesmo sem sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem esses fatores, devem consultar-se com um urologista regularmente.”

Além do toque retal, pode ser necessário solicitar o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico), que é uma proteína produzida pela próstata. Níveis altos de PSA podem ser indicativos de câncer.

 

“Quando, nesses exames, é identificada alguma alteração, é necessária a realização de biópsia da próstata, guiada pelo ultrassom transretal, para confirmação do diagnóstico”, explica o médico.

 

Tratamentos

 

Segundo o médico, o tratamento indicado depende de cada paciente e envolve vários fatores, como, por exemplo, se a doença já se agravou, espalhando-se para outros órgãos.

 

“Para a doença localizada na próstata, são indicadas a cirurgia, a radioterapia e até mesmo a observação vigilante. Caso a doença já esteja em estágio avançado, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal podem ser adotadas”, explica o médico.

 

O urologista lembra que, quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal e/ou a quimioterapia.

 

“Mas é sempre importante lembrar que, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura do câncer de próstata podem chegar a mais de 80%”, afirma.

 

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