O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo (4/5), após receber alta hospitalar, que a história vai “fazer justiça” com a cabelereira Débora Rodrigues, que ficou conhecida por ter pichado com batom a estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Ele ainda comparou a situação de Débora com a da ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, que recebeu asilo político pelo governo Lula (PT). Esposa do ex-presidente Ollanta Humala, Nadine ela solicitou asilo diplomático ao Brasil e foi trazida ao país em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) deslocado pelo governo federal em 16 de abril.
“A Polícia Federal vai pegar a Débora, deixar dois filhos chorando para trás para cumprir o restante da prisão? É humanitário o acolhimento da primeira-dama do Peru e a Débora com duas crianças em casa? A história vai fazer justiça”, disse Bolsonaro a jornalistas e a uma plateia de apoiadores.
No fim de abril, Débora Rodrigues teve a condenação confirmada por maioria da Primeira Turma do STF. Além de ter pichado com batom a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, crime de deterioração de patrimônio tombado, Débora também foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por associação criminosa armada, golpe de Estado, entre outros crimes. Não há ainda, no entanto, a pena prevista, devido à divergência entre os ministros pelo crimes que Débora cometeu.
Débora é casada e tem dois filhos, de 8 e 10 anos. Ela é natural de Irecê, na Bahia.
Denúncia
- Débora foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em julho de 2024 por associação criminosa armada, golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado, entre outros crimes.
- Em agosto do mesmo ano, a Primeira Turma aceitou a denúncia por unanimidade.
- O caso é julgado pela Primeira Turma da Corte, que também é formada pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
- O placar está 2×0 para a condenação com 14 anos de pena. Fux votou pela pena de 1 ano e 6 meses.
- Moraes afirmou ter sido comprovado nos autos que Débora teve envolvimentos com a “empreitada criminosa” que culminou nos atos de 8 de Janeiro.
Bolsonaro ficou 22 dias internado no Hospital DF Star, em Brasília, por conta de uma nova cirurgia para corrigir uma obstrução intestinal. O novo procedimento é mais um dos que o ex-mandatário fez em decorrência da facada que levou na campanha presidencial de 2018.
Apoiadores do ex-presidente, que fizeram vigília ao longo da internação, acompanharam em oração o momento da alta.
*Com a colaboração de Giovanna Estrela.