A família da brasileira Amanda Borges da Silva, 30 anos, encontrada morta no Japão no último dia 1°, organizou uma ‘vaquinha’ on-line para arrecadar o valor necessário para trazer o corpo da jovem de volta ao Brasil.
À coluna, Flávia Muniz, amiga próxima de Amanda, contou que os orçamentos realizados pela família indicaram que é necessário cerca de R$ 78 mil para o traslado do corpo. Contudo, o Gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás arcará com 30% do valor.
A família precisa, agora, arrecadar cerca R$55 mil para trazer o corpo de Amanda ao Brasil. Segundo Flávia, os familiares desejam que o enterro ocorra em Caldazinha (GO), município onde Amanda nasceu e viveu sua infância.
“O desejo é que ela seja enterrada no cemitério de Caldazinha, onde os outros familiares estão, inclusive o avô dela, que foi o último familiar a falecer. Agora, a nossa única preocupação é trazer a Amanda de volta”, declarou.
As doações estão sendo arrecadadas em uma conta em nome da mãe de Amanda, Valdeína Borges da Silva, por meio da chave 62 995709612.
Na tarde desta terça-feira (6/6), a vaquinha alcançou a marca de R$ 30 mil arrecadados. “A gente precisa do dinheiro o quanto antes porque ela está lá desde quinta-feira e nós não sabemos quanto tempo ainda temos”, desabafou.
A coluna procurou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), que disse estar ciente do caso e declarou que mantém contato com os familiares da brasileira, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio.
Primeira viagem ao exterior
Esta foi a primeira vez que Amanda deixou o Brasil com destino a outro país. Flávia contou que a jovem era apaixonada por viagens, mas, até então, conhecia somente estados brasileiros, tendo o Rio de Janeiro como local preferido.
“Ela foi primeiro para a Coreia do Sul, onde vivem parentes do namorado dela, e depois seguiu para o Japão. Até onde nós sabemos, ela estava sozinha”, informou Flávia.
Relembre o caso
Amanda foi encontrada morta em 1° de maio, no quarto do hotel onde estava hospedada, no Japão.
Ela morava em São Paulo há um tempo, e viajou ao país asiático para assistir a um circuito de Grande Prêmio da Fórmula 1, esporte pelo qual se dizia apaixonada.
Um dia antes de perder a vida, Amanda postou nas redes sociais que o país é seguro e “incrível”.
Investigação
Um homem de 31 anos, natural do Sri Lanka, que morava no apartamento onde Amanda foi encontrada morta, foi preso pela polícia do país. Identificado como Abailiya Patavadighe Pathum Udayanga, o homem foi detido por incêndio criminoso.
De acordo com a polícia japonesa, o incêndio começou às 9h, horário do Japão, no dia 1º de maio, e destruiu o cômodo do apartamento de dois andares em Hon-Sarizuka, na cidade de Narita. O corpo de Amanda foi encontrado sob os escombros no local.
Segundo a agência estatal japonesa NHK, durante depoimento, o suspeito alegou pânico e, por isso, não teria apagado as chamas no local. A polícia segue na investigação do caso, incluindo o relacionamento do suspeito com a goiana, se ela foi dopada, se houve abuso sexual e as circunstâncias do incêndio.
Amanda voltaria ao Brasil no mesmo dia do crime. A família ficou sabendo do desaparecimento pelas autoridades japonesas por meio de uma ligação de vídeo. As autoridades apresentaram um documento da vítima que foi esquecido dentro de uma bolsa no local do incêndio. O suspeito levou parte dos objetos da jovem.