A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) sequestrou R$ 47 milhões em bens de alto padrão durante a Operação Hollow Company, deflagrada na manhã desta quinta-feira (8/5). A ação mira um esquema milionário de fraude tributária envolvendo uma empresa de fachada que movimentou cerca de R$ 500 milhões nos últimos cinco anos, sem pagar um centavo em tributos.
Entre os bens bloqueados por ordem judicial estão 41 veículos de luxo, 32 imóveis residenciais e comerciais, além de um complexo industrial completo de fabricação de embalagens plásticas em Jaguariúna (SP). A apreensão milionária tem como objetivo ressarcir parte dos prejuízos causados aos cofres públicos do Distrito Federal.
A empresa investigada, registrada como uma indústria de embalagens plásticas no DF, era, na prática, uma “noteira”, criada exclusivamente para emitir notas fiscais frias.
Essas notas simulavam a venda e circulação de mercadorias inexistentes, gerando créditos tributários falsos que eram usados por empresas “clientes”, também do ramo de embalagens e com os mesmos sócios da companhia original.
A investigação aponta que essas empresas operavam em cidades paulistas como Campinas, Suzano e Jaguariúna, além do envolvimento de pessoas físicas e jurídicas em Florianópolis (SC).
Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em cinco municípios de SP e Santa Catarina e no Lago Sul (DF). A megaoperação contou com 70 policiais civis e auditores da Receita, além do apoio das Polícias Civis de São Paulo e de Santa Catarina.
O grupo é investigado pelos crimes de sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa, com penas que somadas podem chegar a 24 anos de prisão.
Batizada de “Hollow Company” — termo que remete à “empresa oca” —, a operação simboliza a essência do esquema, uma estrutura empresarial vazia, sem atividade real, criada apenas para sustentar um golpe fiscal milionário e enriquecer os envolvidos à custa do erário.