Economizar na conta de luz nem sempre é uma tarefa fácil – afinal, existem inúmeros métodos populares que, ao serem colocados à prova, acabam apresentando uma economia quase insignificante nos números. Uma das abordagens mais conhecidas é manter os aparelhos eletrônicos fora da tomada quando não estiverem em uso, pois mesmo desligados, eles ainda consomem uma quantidade mínima de eletricidade.
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Esse fenômeno é conhecido como “phantom load” (carregamento fantasma, em tradução livre) e, em suma, não pode ser evitado. Para muitos, desligar os aparelhos da tomada é praticamente um hábito, mas ainda existe a parcela de eletrônicos que não podem ficar sem um fornecimento de energia. Pensando nisso, será que a economia proporcionada por esse método é realmente relevante?
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O que a ANEEL diz sobre?
No Brasil, a agência responsável por regular e fiscalizar qualquer assunto relacionado a produção e distribuição de energia elétrica é a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O Canaltech consultou o órgão, que confirmou a veracidade da prática.
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Confira a declaração oficial da ANEEL:
“É recomendado desligar da tomada tudo que consumir energia no modo de espera (stand-by) quando possível ou durante longas ausências. Quando não estiver em uso, você pode desconectar da tomada televisores, videogames, aparelhos de som, computadores, carregadores de celular, micro-ondas e fornos elétricos”
O stand-by é um modo amplamente utilizado por várias categorias de dispositivos eletrônicos. Na maioria das vezes, quando desligamos um aparelho, ele não interrompe sua atividade por completo, entrando em um estado de baixa energia. Dessa forma, ele consegue responder rapidamente a qualquer comando que lhe for designado em seguida.
É justamente esse estado de espera que mantém o consumo ativo mesmo sem atividade. Os números isolados de um único aparelho podem não representar uma grande ameaça a sua conta de luz, mas ao somar o consumo fantasma de vários deles, a diferença pode ser notável.
Como calcular a economia?
Para descobrir se a economia proporcionada pela prática é realmente vantajosa, existe uma conta que podemos fazer para estimar o valor da economia. Para isso, primeiro precisamos descobrir a parcela que um determinado eletrodoméstico representa na sua conta de luz, então vamos utilizar de exemplo uma TV.
O consumo de uma TV moderna em watts depende do tamanho da tela e da tecnologia utilizada no display. Com isso em mente, vamos utilizar de exemplo um modelo de 50 polegadas com tecnologia LED, que seria um dos mais populares no Brasil atualmente. Uma televisão com essas características gasta em média 72 watts por hora (o número pode variar de modelo para modelo, então vale checar a caixa do produto ou o manual para uma informação mais exata).
Com isso em mente, deve-se aplicar a fórmula:
Consumo (kWh) = (Potência em Watts / 1000).
Assim, divide-se 72 por 1000 para chegar à marca de 0,072 kWh – é isso que sua TV gasta a cada hora.
Dessa forma, se você a utiliza por cerca de três horas por dia, o consumo total no mês será de 6,48 kWh (em um período de 30 dias).
Como calcular o gasto de energia em standby
Agora, deve-se somar o quanto a TV gastaria no modo stand by – com a tela desligada, mas plugada na tomada. Em média, os eletrônicos gastam de 1 a 5 watts por hora nesse modo; utilizando o valor máximo como referência, obtemos 0,005 kWh ao aplicar a fórmula.
Nesse caso, deve-se multiplicar 0,005 kWh por 21, que seria a quantidade de horas que a TV permanece em stand by nas circunstâncias consideradas.
Assim, chegamos em 0,105 kWh, totalizando 3,15 kWh no mês. Juntando os dois valores, obtemos 9,63 kWh.
Tudo que você precisa fazer agora é multiplicar esse valor pelo preço do kWh na região em que você mora. Em São Paulo, por exemplo, o kWh custa R$ 0,636; ao multiplicar 9,63 kWh por esse número, chegamos em R$ 6,12 — esse seria o consumo total da TV no mês.
Dessa forma, manter o aparelho desligado da tomada gera uma economia de apenas R$ 2,00.
Manter mais aparelhos desligados da tomada pode render uma economia mais significativa, mas no geral, não deixa de ser um valor mínimo no total da conta de luz.
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