A organização de pesquisa independente Adapt Research, liderada pelo cientista Matt Boyd, calculou quais plantações seriam as mais eficientes no sustento de uma cidade de médio porte no caso de uma grande catástrofe, como uma guerra nuclear, pandemia extrema ou tempestade solar gigantesca. Os resultados apontaram para espinafre, beterraba, trigo e cenouras.
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Os cientistas publicaram os resultados na revista científica PLOS One na última quarta-feira (7). No estudo, foram considerados dois cenários — um com clima normal e outro com inverno nuclear, quando o frio congelante afeta as plantações.
O que cultivar no apocalipse?
Segundo a pesquisa, em uma cidade temperada com condições climáticas normais, o melhor a se cultivar são ervilhas — elas são altas em proteína, crescem bem no ambiente urbano e ocupam pouco espaço. O único problema é que esses vegetais não resistem bem ao frio, o que seria um problema em um inverno nuclear.
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Nesse cenário, a guerra nuclear, uma super erupção vulcânica ou um asteroide lançariam detritos na atmosfera, bloqueando o sol e resfriando o planeta. Seria melhor, então, cultivar uma combinação de espinafre e beterrabas.

Ervilhas ocupam 292 m² de terra para satisfazer as necessidades calóricas de uma pessoa por um ano, enquanto alface e cenouras ocupam 777 m², quase três vezes mais. A cidade tomada como exemplo foi Palmerston, na Nova Zelândia, que possui 90.000 habitantes, um porte considerado médio de acordo com números globais.
Com imagens de satélite tomadas do Google, os cientistas calcularam o espaço utilizável para plantação, descobrindo que, atualmente, a cidade não conseguiria alimentar toda sua população: apenas 20% dela, ou 16%, no caso de um inverno nuclear. Seria necessário usar ⅓ do seu tamanho a mais para um cultivo eficiente, cerca de 1.140 hectares, mais 110 hectares para cultivar canola, necessária para transformar em biodiesel para alimentar tratores e demais maquinário agrícola.
Na terra fora da cidade, o ideal seria cultivar batatas no clima normal, e, no inverno nuclear, uma combinação de 97% de trigo e 3% de cenouras. Os cientistas apontam que o exercício hipotético não é apenas curiosidade, mas também um incentivo para que as cidades comecem a encarar a agricultura urbana resiliente como uma possibilidade — em um mundo ameaçado por catástrofes climáticas, não só a perspectiva econômica deve ser levada em conta, mas o bem-estar, a segurança e a resiliência da população também.
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