Paris – A guerra de narrativas ganhou novo capítulo grotesco. Emmanuel Macron, Friedrich Merz e Keir Starmer viraram alvos de mais uma ofensiva digital russa, acusados de usar cocaína durante uma viagem de trem a Kiev, na semana passada.
O Palácio do Eliseu não deixou barato: chamou o boato de “desinformação descarada” e ironizou com uma postagem no X — “era só um lenço de papel”. A Rússia, como de costume, riu por último… e mal.
Kremlin fabrica “piada” com cocaína
A cena era banal: três líderes europeus sentados em um compartimento de trem, discutindo a guerra na Ucrânia. Um vídeo mostra Macron pegando um papel branco da mesa — que logo foi rotulado por perfis pró-Rússia como “saco de cocaína”.
A história ganhou combustível com a participação ativa da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, que publicou em seu canal do Telegram a seguinte “piada”:
“Um francês, um inglês e um alemão entraram num trem… e fizeram uma linha”.
Em seguida, reforçou:
“O destino da Europa está nas mãos de dependentes”.
O Kremlin não é sutil nem elegante. Mas é eficiente em espalhar lama.
Macron reage com sarcasmo e denúncia
Macron respondeu com uma postagem no X. Com imagens do encontro e a frase:
“Isto é um lenço de papel. Para assoar o nariz. Isto é unidade europeia. Para construir a paz”.
O Eliseu afirmou que os ataques partem de “inimigos da França” que tentam sabotar a imagem da união europeia sempre que ela se mostra inconveniente. Embora não tenham citado nomes, a alusão à máquina de propaganda russa era evidente.
Alemanha e Reino Unido rechaçam farsa
Berlim e Londres também negaram a bizarrice. As chancelarias destacaram o uso de bots e contas falsas nas redes sociais — tática comum do Kremlin — para minar a confiança política e ridicularizar figuras como Macron.
O objetivo? Dividir o bloco europeu e descredibilizar o apoio à Ucrânia, num momento em que a guerra entra em nova fase e o apoio ocidental ainda é decisivo.
Disputa de narrativas vira rotina
O caso do “lenço suspeito” mostra como a desinformação se sofisticou — ou, pelo menos, ficou mais cínica. Enquanto isso, líderes europeus seguem tentando manter uma frente unida, mesmo sob ataques grotescos.
A guerra, afinal, não acontece só no front. Também se trava nas telas.
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