O ex-ministro Zé Dirceu afirmou que o escândalo de corrupção no INSS representa “um assalto à aposentadoria de brasileiros e brasileiras que dependem da Previdência Social”. Em entrevista à coluna no Boletim Metrópoles, o petista defendeu que os responsáveis sejam punidos com o rigor da lei, inclusive com o confisco de bens para ressarcir os prejuízos causados aos aposentados.
“Isso não é uma crise, é um assalto à aposentadoria. É uma infâmia que tem que ser tratada com o rigor da lei. Os responsáveis devem responder por isso, principalmente com os seus bens, para repor o que foi desviado dos aposentados”, disse.
Dirceu classificou o caso como um “crime hediondo” e criticou o envolvimento de sindicatos no esquema. “É de uma gravidade única roubar o aposentado para comprar carro de luxo. É um crime hediondo, praticamente, pensar que ainda utilizaram os sindicatos, o que depõe contra algo importante para o trabalhador”, afirmou.
Ele também comentou o enfraquecimento dessas entidades, atribuindo-o às reformas trabalhista e sindical: “Aliás, os sindicatos têm perdido força até em função da própria legislação das reformas trabalhistas e sindicais, que tirou as fontes de financiamento dos sindicatos e desarmou os trabalhadores na hora da negociação.”
O ex-ministro rejeitou ainda que o prejuízo fique nas costas da população. “Nós, os contribuintes, pagadores de impostos, vamos pagar pelos desvios?”, questionou. A posição de Dirceu é semelhante à do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também defendeu o ressarcimento integral dos valores desviados, com responsabilização patrimonial dos envolvidos.
Por fim, Zé Dirceu afirmou que o governo Lula não tem nada a temer com as investigações. “Cada um responde pelo que fez.” Sobre a citação ao irmão do presidente, declarou que não há nada contra o Frei Chico até o momento. “Não creio que ele tenha participado disso.”