A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta terça-feira (13/5), a Operação Caballus, com foco em um esquema milionário de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos na área da saúde. A ação teve como alvo seis investigados em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e em outras cidades do estado, com o cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão.
Segundo a Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCC-LD), o grupo criminoso usava empresas de fachada para vencer licitações públicas, principalmente para fornecimento de medicamentos e materiais hospitalares a prefeituras, em especial a de Campos. O dinheiro público era, então, desviado para os líderes do esquema, que lavavam os valores através de bens de alto padrão, incluindo um haras de luxo, barcos e carros importados.
A investigação identificou que parte do dinheiro desviado foi usada até mesmo para pagar impostos ligados ao haras de propriedade de um dos investigados, apontado como o cabeça da organização criminosa. Ele também seria sócio de diversas empresas em nome de interpostas pessoas.
De acordo com a polícia, entre 2018 e 2023, o grupo movimentou pelo menos R$ 220 milhões em transações consideradas suspeitas. A apuração apontou também o uso de três empresas principais, com aparência de legalidade, mas cuja finalidade seria apenas dissimular a origem ilícita dos valores.
O nome da operação, Caballus (latim para “cavalo”), faz referência ao haras de alto padrão utilizado como fachada para movimentação de parte dos recursos ilícitos.