São Paulo — O ex-conselheiro do Santos Futebol Clube, Adilson Durante Filho, que teve um áudio racista vazado, em 2019, entrou na Justiça para receber uma indenização por danos morais pela divulgação da mensagem de voz, mas não será indenizado.
A 9ª Vara Cível de Santos negou o pedido de indenização, em 27 de janeiro deste ano, e a decisão foi mantida pela 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), em despacho publicado na última quarta-feira (7/5).
Entenda o caso
- Adilson enviou o áudio a um grupo de WhatsApp com cinco membros. Um deles divulgou a mensagem à imprensa, que repercutiu as ofensas na época.
- O ex-conselheiro do Santos acionou a Justiça pelo vazamento da mensagem privada, mas os tribunais decidiram que a divulgação das ofensas racistas não foi legal – ao contrário da fala discriminatória.
- Adilson foi condenado criminalmente a um ano de reclusão, em regime prisional aberto, e ao pagamento de 10 dias-multa.
- Ele apelou da decisão, mas teve recursos negados em segunda instância e também no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ouça o áudio racista
Adilson chamou “todos os pardos do Brasil” de mau-caráter. “Os pardos brasileiros são todos mau-caráter. Não tem um que não seja”, disse o ex-conselheiro do Santos.
O Metrópoles recuperou o áudio na íntegra. Ouça:
Consequências
Quando entrou com a ação, Adilson afirmou nos autos que, após a divulgação do áudio, foi exonerado do cargo de secretário adjunto de Turismo de Santos.
Ele também pediu demissão do cargo de conselheiro do Santos Futebol Clube, informação que foi confirmada pelo time na época.
Adilson chegou a afirmar, no processo, que o colega que divulgou o áudio tinha o objetivo de assumir sua posição – o que não ocorreu, conforme apurado pela reportagem.
O clube e a defesa de Adilson foram procurados para comentar as recentes decisões da Justiça, mas não houve retorno até a publicação deste texto.
