São Paulo — O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Ricardo Teixeira (União), vetou a realização de um evento pró-Palestina organizado pelo PT e que ocorreria nesta quarta-feira (14/5) nas dependências da Casa.
O encontro reuniria lideranças para discutir os 77 anos da Nabka, com é chamada a “tragédia palestina” em árabe. O evento foi solicitado pelo Núcleo Palestina do PT de São Paulo e seria organizado pelo mandato da vereadora Luna Zarattini, líder do partido na Câmara.
A Nabka é lembrada todo 15 de maio, dia seguinte ao da Independência do Estado de Israel, que acabou gerando a 1ª guerra árabe-israelense e a diáspora palestina.
O ofício assinado pelo presidente da Câmara cita o regimento interno para justificar o veto ao evento, argumentando que o intuito é “permitir uma análise mais aprofundada por parte da Mesa Diretora acerca da compatibilidade do evento com as funções institucionais da Câmara Municipal”.
Teixeira diz ainda que a realização de qualquer evento “estranho às funções da Câmara exige autorização prévia e expressa da Mesa Diretora”.
“A presente medida objetiva garantir que todas as atividades realizadas no âmbito desta Câmara estejam alinhadas aos princípios institucionais, especialmente em relação ao respeito mútuo, à diplomacia e à segurança pública”, diz o ofício.
O documento cita que o gabinete de Luna Zaratini já havia sido informado sobre a necessidade de aprovação prévia pela Mesa Diretora para evento sobre o mesma tema em 2024, que também foi vetado pelo então presidente Milton Leite (União). Na ocasião, o “Seminário Sobre a Situação da Palestina e o Partido dos Trabalhadores” também marcaria o lançamento do Núcleo Palestina do partido.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), está previsto para esta quarta um evento similar ao proposto por Luna, também em homenagem aos 77 anos da Nabka, organizado pelo deputado Guilherme Cortez (PSol). De acordo com a assessoria do parlamentar, a cerimônia está mantida.
“Veto político”
Ao Metrópoles, Luna Zaratini classificou a medida como um “veto político” e lamentou que a Câmara Municipal “continue fechando as portas par a comunidade palestina de nossa cidade”.
“O evento sobre os 77 anos da Nakba foi suspenso com um argumento burocrático, que, na prática, esconde um veto político. O procedimento para agendar o evento foi o mesmo de sempre, não existe essa prática de submeter os eventos para aprovação prévia da Mesa Diretora por parte de nenhum vereador. É lamentável que a Câmara Municipal de São Paulo continue fechando as portas para a comunidade palestina de nossa cidade. Já é a segunda vez que isso acontece”, disse a vereadora.