Alesp turbina salário de Tarcísio em plena crise

São Paulo – Enquanto o Estado enfrenta gargalos crônicos em saúde, transporte e segurança, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu premiar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) com um reajuste salarial. O valor mensal sobe para R$ 36,3 mil, após aprovação-relâmpago nesta terça-feira (13).

A proposta, empurrada goela abaixo por votação simbólica, só teve a oposição do PSOL. O aumento redefine o teto do funcionalismo público estadual, puxando para cima os vencimentos do alto escalão. Afinal, no Brasil da desigualdade institucionalizada, quem governa nunca fica para trás.


Reajuste vem em pacote bilionário

Além de Tarcísio, o vice-governador Felício Ramuth (PSD) e os secretários também serão agraciados com o mesmo reajuste de 5%. A brincadeira não sai barata: só em 2025, o impacto será de R$ 144 milhões, com projeção de R$ 2,4 bilhões até o fim do próximo ano.

Se a proposta inicial do deputado Carlão Pignatari (PSDB) tivesse passado, o aumento chegaria a 9,68%, ultrapassando o reajuste dado aos demais servidores estaduais. Para não escancarar ainda mais o abismo entre governo e funcionalismo, recuaram para os mesmos 5%.


PSOL tenta barrar, mas leva rasteira

A votação simbólica, forma discreta de aprovar medidas impopulares, garantiu o reajuste sem alarde. Só o PSOL tentou travar a farra, mas foi atropelado pelo rolo compressor dos partidos aliados ao governador, que segue alinhado à cartilha bolsonarista mesmo após o naufrágio do ex-chefe.

Enquanto isso, professores seguem com piso achatado, profissionais da saúde lidam com estrutura precária e a mobilidade urbana beira o caos em bairros periféricos da capital e do interior. Mas o contracheque do governador, esse, vai muito bem, obrigado.


Reajustes seguidos viram rotina para elite do poder

Não é a primeira vez que o salário de Tarcísio engorda. Em 2022, antes mesmo de assumir o cargo, o então governador eleito foi beneficiado por um reajuste de 50% aprovado pela Alesp. Seu salário saltou de R$ 23 mil para R$ 34,5 mil. Agora, mais R$ 1.728 são somados à conta todo mês.

Enquanto o discurso é de ajuste fiscal e corte de gastos, os fatos mostram outra coisa: o orçamento continua bem generoso para quem está no topo. O povo paga a conta – e nem sempre com direito de reclamar.


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