Gol vê lucro desabar 64% no 1º trimestre, para R$ 1,3 bilhão

A Gol registrou um lucro de R$ 1,37 bilhão no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados pela companhia aérea nesta quinta-feira (15/5).


O que aconteceu

  • Na comparação com o mesmo período do ano passado, a Gol viu o lucro desabar 63,7%.
  • Ainda segundo o balanço financeiro da empresa, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, as receitas somaram R$ 5,62 bilhões entre janeiro e março de 2025 – crescimento anual de 19,4%.
  • O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 1,23 bilhão nos três primeiros meses do ano, o que representou um leve recuo de 0,2% em relação ao mesmo período de 2024.
  • A capacidade de voos da Gol aumentou 12% em termos anuais, com o número maior de voos internacionais. O tráfego de passageiros, por sua vez, subiu 6,6%.
  • A taxa de ocupação foi de 83,5%, uma alta de 0,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Despesas e dívida

Segundo a Gol, os custos e despesas operacionais subiram 24,9%, para R$ 4,77 bilhões, principalmente por causa da desvalorização cambial no primeiro trimestre.

No fim de março, a dívida líquida da Gol era de R$ 31,1 bilhões, o que correspondeu a uma alta anual de 43,7%.

O que diz a Gol

“No primeiro trimestre, a Gol seguiu com progressos importantes em seu plano de reestruturação e fortalecimento operacional”, diz a companhia, em comunicado. “O trimestre refletiu os efeitos concretos das iniciativas estruturais iniciadas em 2024, com foco em rentabilidade.”

Ainda de acordo com a empresa, “os avanços em eficiência, gestão de frota e execução da malha marcam a continuidade da trajetória de reconstrução da companhia no primeiro trimestre, com foco em sustentabilidade, rentabilidade e uma jornada cada vez mais conectada para seus clientes”.

Fusão Gol-Azul

A Gol está negociando uma possível fusão com a Azul. Em janeiro, as companhias anunciaram um acordo para o início das tratativas.

Além da conclusão da recuperação judicial da Gol nos EUA, a fusão precisará ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Estimativas apontam que a empresa resultante da eventual fusão responderia por cerca de 60% do mercado de aviação comercial do Brasil e teria o controle de quase 100 rotas em todo o país, praticamente sem concorrência – o que suscita questionamentos acerca da formação de um duopólio, quando apenas duas empresas possuem quase todo o mercado.

Juntas, as duas companhias contam com mais de 300 aeronaves e tiveram um faturamento de R$ 25,3 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado.

De acordo com o memorando de entendimento entre Azul e Gol, a futura companhia seguirá o modelo de “corporation” – empresa sem controlador definido, tendo o grupo Abra como maior acionista. Ainda não há definição sobre os percentuais de participação de cada empresa no negócio.

A ideia é a de que as marcas Azul e Gol continuem a existir de forma independente, mas as empresas compartilhem aeronaves. A fusão envolverá apenas ativos já disponíveis, sem previsão de novos investimentos.

A aposta das duas empresas é na “complementaridade” de suas malhas aéreas. Enquanto a Gol se concentra em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a Azul conta com um leque mais amplo pelo país.

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