Brasília – Em pleno caos de 8 de janeiro de 2023, enquanto extremistas bolsonaristas invadiam e destruíam a Praça dos Três Poderes, Jair Bolsonaro ignorava os apelos até de seus próprios aliados para conter os atos.
Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que o ex-presidente recusou-se a fazer qualquer pronunciamento que pudesse desmobilizar os golpistas.
Mesmo com alertas do ex-comentarista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo, e do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, Bolsonaro manteve o silêncio. E pior: o próprio Cid demonstrou apoio à barbárie, dizendo que “o povo não aguenta mais tanta arbitrariedade”.
Ignora, apoia e se omite
Enquanto o Brasil assistia, chocado, à tentativa de golpe explícita em Brasília, Bolsonaro curtia a fuga confortável nos Estados Unidos, onde se refugiou antes da posse de Lula.
Às 16h56 daquele domingo, Figueiredo mandou um alerta claro a Cid:
“Estupidez sem tamanho. O presidente Bolsonaro precisa se manifestar contra isso AGORA. Pelo amor de Deus.”
A resposta de Cid foi o retrato fiel do bolsonarismo: omissão, covardia e conivência. Ele admitiu que conversou com o ex-presidente, mas que Bolsonaro “não queria se pronunciar”.

A direita implodindo ao vivo
Ciente do estrago, Figueiredo foi direto:
“Vai ter gente morta e vão botar na conta dele. Esses fdps acabaram de destruir a direita brasileira.”
Para completar, o ex-comentarista — hoje indiciado pela Polícia Federal — ainda avisou:
“O Trump se fodeu porque demorou um pouco a fazê-lo.”
A referência ao ataque ao Capitólio, nos EUA, é tudo menos acidental. A cartilha é a mesma, e o desfecho pode não ser diferente.
Só se mexeu depois do estrago
Somente às 21h17, quando a depredação já tinha virado manchete internacional, Bolsonaro resolveu “se posicionar”. Mas aí já era tarde — o estrago institucional estava feito.
Após a divulgação das mensagens, Figueiredo tentou suavizar o episódio, alegando que o ex-presidente “reviu sua posição”. Mas o histórico mostra que o silêncio inicial foi escolha calculada.
Essa é mais uma peça no quebra-cabeça de um golpe que não ousou dizer seu nome, mas deixou rastros em vídeos, mensagens e destruição pública.
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