As ações de algumas das principais empresas do setor agropecuário do Brasil eram negociadas em baixa nesta sexta-feira (16/5) na Bolsa de Valores (B3).
O mercado reage com preocupação à notícia do primeiro caso de gripe aviária H5N1 detectado no sistema de avicultura comercial do Brasil.
O registro ocorreu na quinta-feira (15/5), na cidade de Montenegro (região metropolitana de Porto Alegre), e foi divulgado na manhã desta sexta.
O que aconteceu
- Por volta das 11 horas, diversos papéis de empresas do agro recuavam na B3.
- As ações do Boa Safra eram negociadas em baixa de 0,77%, enquanto os papéis da Brasil Agro tombavam 0,42%.
- A BRF, que anunciou a fusão de seus negócios com a Marfrig, também caía (-0,78%).
- A menor variação negativa era da JBS, com queda de 0,23%.
- A exceção do setor era a Marfrig, cujas ações disparavam 17% após a empresa informar que vai incorporar totalidade das ações da BRF não detidas pela empresa.
- No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuava 1,01%.
Gripe aviária no Brasil
O governo federal alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos e que o risco de infecções em humanos pelo vírus é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), decretou estado de emergência zoossanitária por 60 dias. A medida é válida para o município de Montenegro e foi publicada no Diário Oficial da União.
Fusão com a Marfrig
A notícia do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial brasileira foi divulgada horas depois do anúncio da fusão entre e a BRF e a Marfrig, dando origem a uma nova empresa, a MBRF Global Foods Company.
A nova companhia será detentora de todas as marcas. A Marfrig propôs a incorporação da totalidade das ações de emissão da BRF, segundo um comunicado divulgado ao mercado.
Juntas, Marfrig e BRF somaram uma receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses.
A operação prevê que os acionistas da BRF e da Marfrig devem ser beneficiados com um pagamento significativo de proventos. A BRF vai distribuir até R$ 3,52 bilhões, e a Marfrig, R$ 2,5 bilhões.
As sinergias comerciais e logísticas do grupo somam R$ 805 milhões, dos quais algo entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões previstos para os primeiros 12 meses, e o restante, no médio e longo prazo.
Segundo o CEO da BRF, Miguel Gularte, o caso de gripe aviária não afetará o processo de fusão entre as duas gigantes do setor.