Um estudante da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), no interior de São Paulo, diz que foi vítima de racismo por parte dos seguranças da instituição.
Em um vídeo publicado no Instagram, Gabriel Domiciano conta que o episódio aconteceu na noite de quarta-feira (14/5).
Veja:
O que aconteceu?
- O jovem diz que chegava na faculdade para assistir a uma aula do segundo período, por volta das 21h, quando percebeu que estava sendo seguido por um guarda ao atravessar o bolsão de estacionamento.
- Depois de entrar no prédio, ele foi ao banheiro. Ao sair, dois guardas esperavam por ele na porta do local.
Gabriel diz que os homens perguntaram o que ele fazia na faculdade e se era aluno. - Incomodado, o estudante disse que eles deveriam repetir a pergunta para o professor.
- Os dois guardas o seguiram, então, até a sala de aula. Ao entrar para a aula, Gabriel avisou o professor: “Tem duas pessoas aqui querendo saber se eu sou aluno da faculdade”.
- Foi somente depois que o professor confirmou que ele era estudante, que os guardas saíram do local. Os funcionários alegaram que era um procedimento padrão.
“Nunca me senti tão constrangido”
Gabriel conta que aproveitou que a cena acontecia na frente de outros colegas e perguntou em voz alta se alguma outra pessoa já tinha passado por aquele procedimento. Todos disseram que não.
“Uma das noites mais difíceis que eu já passei”, disse o jovem, no vídeo publicado no Instagram. “Eu nunca me senti tão constrangido e tão envergonhado na minha vida.”
O estudante diz que chegou a procurar o superior dos guardas para relatar o que havia acontecido, mas o funcionário teria repetido que se tratava de um procedimento padrão. O homem também teria afirmado que a universidade passou por um assalto recentemente e que, por isso, os guardas estariam mais atentos.
“Eu me enquadro em algum espectro, algum estereótipo de assaltante de faculdade?”, questionou o aluno no vídeo.
Gabriel afirma que a PUC-Campinas não prestou nenhum tipo de apoio até esta quinta-feira (15/5). Segundo ele, outras duas pessoas, também negras, já haviam citado situações semelhantes envolvendo guardas da instituição.
O estudante diz que vai registrar boletim de ocorrência sobre o caso na polícia.
O Metrópoles solicitou nota à PUC-Campinas, mas não foi respondido até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.