A grife britânica Burberry revelou que irá cortar cerca de 1.700 postos de trabalho em todo o mundo até 2027. A decisão surge em um momento desafiador para a marca, que busca reduzir custos após uma queda acentuada nos lucros. A empresa registou um prejuízo de 66 milhões de libras (quase R$ 500 milhões) no último ano fiscal, refletindo o amplo cenário de crise que vive a indústria global da moda.
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Corte de gastos da Burberry é reflexo do cenário atual
O atual panorama econômico internacional se caracteriza pela queda no poder de compra dos consumidores e pelo aumento dos custos de produção. A moda é um dos setores afetados como consequência da crise e vem registrando prejuízos até mesmo em grifes de luxo, que já estão consolidadas no mercado há anos.
As reduções poderão afetar quase um quinto da força de trabalho da Burberry, que atua em diferentes continentes e conta com, aproximadamente, 9.300 funcionários. Joshua Schulman, CEO da marca, indicou que a maior parte dos cortes ocorrerá nos escritórios centrais do grupo em todo o mundo, com destaque para Londres.
Após o anúncio, as ações da label britânica subiram 18%, mostrando uma reação positiva de mercado e refletindo possíveis expectativas de investidores de que a aplicação da estratégia poderá levar a uma melhora nos resultados financeiros da empresa. Ainda dentro do “pacote de medidas”, o turno noturno da fábrica da Burberry em Castleford, no Reino Unido, será eliminado e será feita uma série de ajustes nos horários das lojas comerciais.

Recessão e busca por peças sóbrias
Não é de se estranhar as táticas comercialmente conservadoras que estão sendo adotadas pelas grandes marcas de luxo, afinal, impostos e tarifas sobre importações estrangeiras (como a política tarifária de Donald Trump, por exemplo) estão encaminhando a economia como um todo para um período de recessão. O consumidor que está enfrentando dificuldades diárias na hora de comprar o básico que precisa para se alimentar, dificilmente, terá uma peça de grife em seu planejamento de aquisições.
Em termos de moda, este cenário econômico é traduzido nas passarelas e nas tendências comportamentais do público. A crescente busca por vestes mais sóbrias e minimalistas mostra que as pessoas buscam preços acessíveis e roupas mais práticas para o dia a dia. Movimentos como Recession Core e Quiet Luxury ganham força neste contexto.
