Inquérito conclui caso de injúria racial envolvendo goleiro do Criciúma em jogo contra o Brusque

A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu o inquérito sobre a denúncia de injúria racial durante a partida entre Brusque e Criciúma, realizada no dia 8 de fevereiro de 2025, no estádio Augusto Bauer. O goleiro do Criciúma, Caíque, havia acusado um torcedor do Brusque de tê-lo ofendido com a palavra “macaco”, provocando uma investigação oficial.

O que foi apurado

De acordo com o relato do goleiro, após o encerramento da partida, o torcedor teria proferido o termo racial, acompanhado de gestos discriminatórios. O jogador então teria confrontado o torcedor, que reiterou o insulto. A arbitragem e a Polícia Militar foram acionadas, levando os envolvidos à Delegacia de Polícia.

Na delegacia, o delegado de plantão optou por liberar o torcedor e seguir com a apuração, uma vez que os elementos iniciais não permitiram prisão em flagrante. A investigação se aprofundou com a oitiva do goleiro, do torcedor e de quatro testemunhas que estavam próximas ao local do incidente. A Polícia Civil também requisitou imagens e áudios do Brusque Futebol Clube, com o intuito de identificar qualquer fala de conteúdo racista.

Resultado da investigação

A vítima reafirmou que foi alvo de xingamentos de cunho racial, o que motivou o registro da denúncia. No entanto, as testemunhas ouvidas, incluindo um segurança posicionado entre o jogador e o torcedor, não confirmaram o uso do termo “macaco” ou qualquer outro insulto de natureza racial. Eles relataram apenas ofensas típicas de ambiente esportivo, como “vagabundo” e “sem vergonha”.

O suspeito, por sua vez, admitiu que proferiu ofensas, mas negou ter feito qualquer comentário de teor racial. Ele afirmou que as palavras ditas são comuns em situações de futebol.

Os vídeos e áudios periciados pela Polícia Civil também não apresentaram qualquer evidência de insulto racial. A perícia técnica tentou melhorar a qualidade sonora dos registros, mas não foi possível identificar os xingamentos denunciados.

Encerramento e conclusão do inquérito

Diante da falta de provas concretas e da ausência de confirmação das testemunhas, a Polícia Civil concluiu o inquérito sem o indiciamento formal do torcedor. O caso foi encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, que terão a responsabilidade de decidir sobre a continuidade ou arquivamento do processo.

Compromisso da Polícia Civil no combate ao racismo

O delegado responsável pelo caso, Odair Rogério Sobreira Xavier, destacou que, apesar de não ter sido comprovada a injúria racial neste episódio, a Polícia Civil mantém seu compromisso com a luta contra o racismo e qualquer forma de discriminação. O delegado reforçou que todas as investigações foram conduzidas com imparcialidade, visando a verdade dos fatos e a justiça.

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