Sem carros elétricos em sua frota de veículos próprios, a Câmara vai instalar 19 estações de recarga em prédios e anexos administrados pela Casa. A estimativa de gastos, de acordo com o edital da licitação aberta na sexta-feira (9/5), será mantida em sigilo até o julgamento das propostas apresentadas pelas empresas que disputam o contrato. A concorrência inclui ainda 60 licenças de software para a gestão dos pontos de abastecimento.
O motivo apontado para a instalação dos pontos de recarga foi a demanda gerada pela “crescente adoção de carros elétricos”. Atualmente, a Câmara possui três estações de recarga em funcionamento desde 2023 e utiliza apenas um veículo elétrico, da montadora chinesa BYD, cedido sem custos à Casa em regime de comodato. Na quinta-feira (15/5), a concorrência pública foi suspensa para inclusão de uma exigência que garante que o software adotado pelos novos equipamentos seja compatível com os já existentes. Em nota, a Cãmara informou que o certame deve acontecer em até 30 dias.
“A Coordenação de Habitação atende essa demanda provisoriamente, usando conexões dos apartamentos dos usuários — uma solução ineficiente. Em 2023, um projeto-piloto instalou três estações de recarga e implementou um software de gerenciamento, avaliando desafios técnicos e comportamentais”, diz o edital da licitação.
“Com o sucesso do projeto, a Câmara planeja expandir essa infraestrutura, adquirindo 19 carregadores adicionais e ampliando as licenças do software para atender a todos os edifícios administrados, promovendo a sustentabilidade ambiental e reforçando seu compromisso com práticas sustentáveis”, afirma o documento.
Custo de mercado
O estudo técnico da licitação estabelece que os aparelhos adquiridos seguirão a referência do modelo Wemob Wall, da marca Weg. No mercado, cada equipamento do tipo custa entre R$ 6,4 mil e R$ 8,2 mil, o que geraria uma despesa entre R$ 121,6 mil e R$ 155,8 mil. Em orçamentos disponíveis na internet, empresas nacionais estimam a instalação de três pontos de carregamento em cerca de R$ 93 mil, incluindo o custo com os equipamentos, infraestrutura elétrica, licenças de software de gerenciamento e obras de engenharia.
Cada licença para os sistemas de gestão das estações de recarga gira em torno de R$ 3 mil. Os programas oferecem métricas em tempo real de cada unidade, status de utilização e disponibilidade das estações, históricos de uso e aplicativos personalizados para usuários. Pelas exigências do edital de licitação do Senado, a solução deve apresentar ainda conexão com a internet via wi-fi e controle de acesso por cartões ou tags de proximidade. A duração da licença prevista na contratação é de 36 meses.
“A plataforma deverá permitir a gestão de usuários, com a capacidade de adicionar ou remover acessos. Além disso, deverá oferecer monitoramento individualizado e em tempo real de cada estação, fornecer estatísticas detalhadas sobre recargas e consumo de energia, configurar valores de cobrança por recarga e possibilitar a utilização de aplicativo móvel para autenticação dos usuários”, diz o termo de referência anexado à licitação. A abertura dos envelopes com as propostas financeiras está marcada para o próximo dia 21.
Leia a íntegra da nota da Câmara sobre a suspensão do edital:
“O certame foi suspenso para inclusão em edital da possibilidade de exigência de Prova de Conceito com o objetivo exclusivo de comprovação da compatibilidade do software ofertado tanto com os novos equipamentos a serem fornecidos quanto com os equipamentos já existentes nos edifícios de apartamentos funcionais. O Pregão Eletrônico 90031/2025 deve ser realizado em aproximadamente 30 dias. O valor é sigiloso até o encerramento do envio de lances.”