Rio de Janeiro – O Botafogo, que vai disputar o inédito Super Mundial de Clubes da Fifa, pode contratar Cristiano Ronaldo ou qualquer outra estrela apenas para a competição, sem quebrar nenhuma regra.
A informação foi confirmada por Marcos Motta, advogado referência em transferências internacionais, ao blog do jornalista Rafael Reis, do UOL.
A brecha está nos regulamentos da própria Fifa, que abre uma janela de transferências entre 2 e 10 de junho.
Nela, os clubes classificados para o Super Mundial — como Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras — podem fechar acordos pontuais com atletas só para disputar o torneio, desde que estejam livres ou negociáveis.
Entenda como funciona a manobra
Não existe cláusula no regulamento da Fifa que impeça contratos curtos, exclusivamente para o Super Mundial de Clubes, desde que firmados dentro da janela oficial.
Isso significa que um clube brasileiro poderia assinar com Cristiano Ronaldo, por exemplo, apenas para defendê-lo entre os dias 14 de junho e 13 de julho, nos Estados Unidos, e depois liberá-lo imediatamente após a competição.
Além disso, o contrato pode ter duração mínima, sem exigência de vínculo até o fim da temporada nacional, o que abre espaço para manobras ousadas — ou até midiáticas — por parte dos clubes.
Quem poderia fazer isso?
Entre os brasileiros classificados para o torneio estão:
- Botafogo, que herdou a vaga com a nova formatação
- Flamengo, campeão da Libertadores de 2022
- Fluminense, campeão de 2023
- Palmeiras, bicampeão continental em 2020 e 2021
Todos esses times poderiam buscar jogadores já experientes ou midiáticos no mercado, mesmo que apenas para reforçar o elenco durante os cerca de 30 dias de competição.
Cristiano Ronaldo, marketing e prestígio
Embora a contratação de Cristiano Ronaldo pareça improvável do ponto de vista técnico, o impacto de uma jogada como essa seria global — tanto para o clube quanto para o torneio recém-lançado pela Fifa.
A estratégia pode lembrar iniciativas do passado, como a ida de David Beckham ao LA Galaxy ou as passagens-relâmpago de estrelas por clubes asiáticos.
No contexto atual, a movimentação também serviria para ampliar a visibilidade internacional do futebol brasileiro, em um cenário global cada vez mais competitivo — como destacou recentemente o The Guardian em análise sobre o novo Mundial de Clubes.
O que falta para isso acontecer?
Apesar da possibilidade, é improvável que clubes brasileiros invistam pesado em um nome do porte de Cristiano Ronaldo apenas para um torneio.
No entanto, nada impede que jogadores em fim de contrato ou sem espaço em seus clubes sejam convidados a reforçar algum time durante o período do Super Mundial.
O cenário é inédito e pode abrir margem para surpresas — desde que a criatividade e o dinheiro andem juntos.