Cidades de SC criam leis para proibir atendimento a bebês reborn em unidades de saúde

Nos últimos dias, a crescente popularidade dos bonecos reborn em Santa Catarina gerou uma onda de reações em diversas cidades do estado. Esses bonecos realistas, que imitam recém-nascidos, têm sido levados por algumas pessoas a unidades de saúde, gerando polêmica e levando os municípios a criarem projetos de lei para impedir o atendimento desses brinquedos em hospitais e postos de saúde.

O fenômeno dos bebês reborn e a repercussão em SC

Os bonecos reborn, figuras realistas de bebês recém-nascidos, se tornaram populares entre colecionadores e pessoas que buscam imitar a experiência da maternidade. Nos últimos meses, vídeos mostrando pessoas levando esses bonecos a hospitais para simular consultas médicas começaram a viralizar nas redes sociais, gerando discussões em todo o Brasil. Em Santa Catarina, algumas cidades começaram a se mobilizar para evitar que esses bonecos recebam atendimento médico nas unidades de saúde públicas.

Projetos de Lei em Itajaí, Chapecó e Palhoça

Com base na repercussão dos vídeos, várias prefeituras em SC começaram a criar propostas de lei para proibir o uso de bonecos reborn em atendimentos médicos. Em Itajaí, o vereador Beto Cunha (Republicanos) protocolou um projeto de lei que visa barrar o atendimento a esses bonecos em postos de saúde e hospitais municipais. A proposta busca evitar “confusão e desperdício de recursos médicos”, além de prevenir eventuais riscos à saúde pública.

Em Chapecó, o prefeito João Rodrigues (PSD) foi mais contundente em sua reação. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou que qualquer pessoa que leve um bebê reborn para um atendimento médico será internada involuntariamente, alegando que isso seria um sinal de que a pessoa não está bem mentalmente.

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Em Palhoça, o vice-prefeito Rosiney Horácio (PODE) também enviou um projeto de lei à Câmara Municipal, com o objetivo de proibir o uso de bonecos reborn em atendimentos médicos no município. Embora não haja registros de casos desse tipo em Palhoça, a medida visa prevenir qualquer incidente semelhante.

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A reação de Florianópolis e a iniciativa legislativa

Florianópolis, a capital do estado, também se envolveu na questão, com o vereador Claudinei Marques (Republicanos) apresentando um projeto de lei na Câmara Municipal. A proposta visa “assegurar a clareza e a eficácia dos serviços de saúde pública”, evitando que bonecos reborn ocupem recursos destinados a pacientes reais. De acordo com a prefeitura, não há registros de atendimentos a esses bonecos em hospitais municipais ou estaduais.

O caso de Itajaí: A mulher que buscou atendimento para a boneca

Embora os projetos de lei tenham surgido em resposta a vídeos viralizados nas redes sociais, até o momento, o número de casos registrados de atendimentos a bonecos reborn é bastante reduzido. Em janeiro deste ano, uma mulher de Itajaí procurou um posto de saúde para simular a aplicação de uma vacina na boneca de sua filha, de 4 anos. O intuito da mãe era postar o vídeo nas redes sociais, mas a situação gerou preocupação nas autoridades locais.

A preocupação com o uso indevido de recursos públicos

A principal justificativa por trás dos projetos de lei que estão sendo apresentados em SC é a preocupação com o uso indevido dos recursos públicos. Os prefeitos e vereadores argumentam que o sistema de saúde público deve ser utilizado para atender pacientes reais, e que a presença de bonecos reborn em unidades de saúde pode gerar confusão, desperdício de tempo e comprometer o atendimento prioritário a pessoas que realmente necessitam de cuidados médicos.

O impacto das redes sociais na questão

Os vídeos que mostraram pessoas levando os bonecos reborn a hospitais e postos de saúde geraram uma onda de discussões nas redes sociais, alimentando o debate sobre o uso adequado dos serviços de saúde. As reações nas plataformas digitais variam desde críticas a quem leva os bonecos aos hospitais, até apoio à criação de leis que possam coibir esse tipo de prática. A polêmica também chegou ao Congresso Nacional, com alguns parlamentares se manifestando sobre a situação e sugerindo que outras cidades sigam o exemplo de SC.

O futuro dos projetos de lei em SC

Embora os projetos de lei ainda estejam em fase de tramitação nas câmaras municipais, a tendência é que outros municípios catarinenses sigam o exemplo de Itajaí, Chapecó, Palhoça e Florianópolis, criando suas próprias regulamentações. As autoridades locais estão atentas a possíveis novos casos envolvendo bonecos reborn, e a expectativa é que as leis ajudem a evitar o uso indevido dos recursos públicos no sistema de saúde.

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