Rio de Janeiro – A Feira de São Cristóvão, epicentro da cultura nordestina no Rio, vai transformar a cidade em um verdadeiro arraiá a partir do dia 30 de maio.
Com quase dois meses de programação, o tradicional São João de 2025 promete ser o maior da capital fluminense, com shows de peso, dança de quadrilha, gastronomia típica e até city tour de forró pela orla carioca.
A abertura será comandada pela cantora Lucy Alves, que retorna ao palco onde iniciou sua trajetória, celebrando as raízes nordestinas em solo carioca.
Até 1º de agosto, o público poderá acompanhar trios de forró pé de serra, bandas regionais e apresentações de grupos juninos, sempre às sextas, sábados e domingos.
A edição de 2025 tem sabor especial: a feira completa 80 anos de resistência cultural e popular. “Estamos preparando um São João inesquecível, com tudo que o Nordeste tem de melhor, sem sair do Rio”, disse Luiz Carlos dos Santos, presidente da Comissão Organizadora da Feira.
O pontapé inicial acontece com um evento inusitado: uma quadrilha junina e um trio de forró embarcam em um city tour hop-on hop-off pela orla da cidade, às 17h30 da próxima sexta-feira, anunciando o início do maior São João carioca.
No Palco Jackson do Pandeiro, as apresentações seguem noite adentro com Marcus Lucenna, Iris Pontal, o grupo Forró Balança, a banda Energia do Som, entre outros. No encerramento, em 1º de agosto, a festa ganha ares de superprodução com o Arraiá da Alegria, encabeçado por Mari Fernandes e Suel, numa parceria com a Rádio FM O Dia.
Enquanto parte da elite fluminense aposta em festas gourmetizadas com ingressos caríssimos, a Feira reafirma sua vocação popular: a entrada custa R$10 de sexta a domingo e R$5 de segunda a quinta, com gratuidade para menores de 12 anos e idosos. O público pode circular entre restaurantes com comida típica, barracas de doces, karaokês e lojas de artesanato — tudo com sotaque e tempero nordestino.
A Feira de São Cristóvão é mais que um evento junino: é um bastião de resistência diante do avanço da pasteurização cultural que esvazia tradições em nome do entretenimento fast-food. Em tempos de apagamento das culturas populares, o São João carioca se afirma como um manifesto em ritmo de baião.
Com previsão de atrair mais de 300 mil visitantes, a festa também aquece a economia local e movimenta pequenos negócios. A expectativa é que a receita com alimentação, transporte e comércio informal ultrapasse os R$ 10 milhões, segundo dados da prefeitura.
A programação completa está disponível no site oficial da Feira, com destaques semanais e agenda atualizada. Vale lembrar: o São João da Feira é uma das poucas festas juninas de grande porte no Brasil que não cobra ingresso para os shows, mantendo o espírito de acessibilidade e inclusão.
