Cláudio Castro na Marcha para Jesus: fé ou oportunismo político?

Rio de Janeiro – Neste sábado (24), o governador Cláudio Castro marcou presença na Marcha para Jesus, evento que reuniu cerca de 300 mil fiéis no centro da cidade. Enquanto entoava cânticos e posava para fotos, a violência urbana continuava a assolar os moradores do Rio, sem que o chefe do Executivo estadual apresentasse soluções concretas para o problema.

A participação de Castro no evento religioso levanta questionamentos sobre suas reais intenções. Em meio a especulações sobre uma possível candidatura ao Senado em 2026, o governador parece utilizar a fé alheia como palanque político, buscando apoio entre o eleitorado evangélico.


Ausência nos momentos críticos

Não é a primeira vez que Cláudio Castro se mostra mais presente em eventos festivos do que em situações de crise. Em abril de 2024, após a morte do jovem Bernardo Paraíso durante uma operação policial em Seropédica, o governador limitou-se a declarações genéricas, sem abordar diretamente o caso . Em dezembro do mesmo ano, admitiu que “o criminoso perdeu o medo do estado”, evidenciando a falta de controle sobre a segurança pública.

Enquanto isso, a população fluminense continua a viver sob o medo constante da violência, sem que medidas efetivas sejam tomadas pelo governo estadual.


Caminho para o Senado em 2026

Nos bastidores, Cláudio Castro articula sua candidatura ao Senado nas eleições de 2026. Embora afirme que a decisão será tomada apenas em abril do próximo ano, já indicou seu vice, Thiago Pampolha, para o Tribunal de Contas do Estado, abrindo espaço para que Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, assuma o governo e dispute a reeleição.

Pesquisas apontam Castro como um dos favoritos na corrida pelo Senado, ao lado de Flávio Bolsonaro . No entanto, sua proximidade com o bolsonarismo e a falta de ações concretas em áreas críticas podem pesar contra sua imagem junto ao eleitorado.


A fé como ferramenta política

A presença de Cláudio Castro na Marcha para Jesus pode ser interpretada como uma tentativa de se aproximar do eleitorado evangélico, segmento que representa uma parcela significativa dos votos no estado. No entanto, utilizar eventos religiosos como plataforma política levanta questões éticas sobre a instrumentalização da fé para fins eleitorais.

Enquanto o governador canta louvores e busca apoio entre os fiéis, a população do Rio de Janeiro clama por segurança, saúde e educação de qualidade. A fé do povo não pode ser usada como cortina de fumaça para encobrir a ineficiência do poder público.


O Carioca esclarece (FAQ)

Quem é Cláudio Castro?

Cláudio Castro é o atual governador do Rio de Janeiro, filiado ao Partido Liberal (PL). Assumiu o cargo em 2020 após o afastamento de Wilson Witzel.

Por que sua participação na Marcha para Jesus é criticada?

A presença de Castro no evento é vista como oportunismo político, já que ele costuma se ausentar em momentos de crise, como nos episódios de violência urbana.

Quais são as consequências dessa postura?

A falta de ações efetivas em áreas críticas pode comprometer a segurança e o bem-estar da população, além de afetar negativamente a imagem do governador perante o eleitorado.

Como isso afeta a democracia e os direitos humanos?

A instrumentalização da fé para fins políticos e a negligência em relação à segurança pública comprometem os princípios democráticos e os direitos fundamentais dos cidadãos.

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