Obra interdita a Estrada dos Bandeirantes na Zona Oeste

Taquara – Uma das principais vias da Zona Oeste do Rio de Janeiro, a Estrada dos Bandeirantes, está oficialmente interditada até a madrugada de segunda-feira, 26 de maio, por conta de uma obra emergencial da concessionária Iguá Saneamento. O fechamento ocorre no sentido Vargem Grande, entre a Rua Doutor Francisco da Fonseca Teles e a Rua Octacílio Novais, mas os efeitos vão muito além do trecho: o trânsito na região entrou em colapso já nas primeiras horas da interdição.

O bloqueio começou na noite de sexta-feira (23), às 22h, e a promessa da Prefeitura é liberar o trecho às 5h de segunda-feira (26) — se o tempo ajudar e nenhum imprevisto surgir. Enquanto isso, motoristas são obrigados a enfrentar desvios improvisados, pista reversível e bloqueios adicionais, criando o cenário perfeito para engarrafamentos quilométricos.

Taquara: obra emergencial interdita a Estrada dos Bandeirantes até segunda-feira (26/05)
Taquara: obra emergencial interdita a Estrada dos Bandeirantes até segunda-feira (26/05)

Obra emergencial trava o sentido Vargem Grande

A pista no sentido Vargem Grande foi totalmente fechada e os veículos estão sendo desviados para a pista oposta, no sentido Tanque, que agora funciona de forma reversível no trecho da obra. Uma gambiarra viária que, como sempre, transfere o caos de um lado para outro — com riscos dobrados para quem não conhece a região.

Na contramão do bom senso, a pista sentido Tanque também está parcialmente bloqueada na altura da Rua André Rocha, de onde o fluxo é desviado para um zigue-zague que inclui a Rua Marechal José Beviláqua e a Avenida Nelson Cardoso, até retornar à Estrada dos Bandeirantes.

Impactos imediatos para moradores e serviços

O fechamento afeta milhares de moradores da Taquara, Vargem Grande e adjacências, sobretudo quem depende do transporte individual ou por aplicativo. A interdição também pode atrasar serviços essenciais, como ambulâncias, ônibus escolares e entregas.

Veículos de emergência e moradores com acesso direto às vias interditadas estão liberados — mas na prática, até eles enfrentam dificuldades com a sinalização improvisada e o aumento da lentidão no entorno.

Prefeitura lava as mãos, enquanto Iguá corre contra o tempo

Segundo a Prefeitura, a intervenção é de responsabilidade da concessionária Iguá Saneamento, que assumiu parte da infraestrutura da cidade em mais um capítulo da privatização de serviços básicos no Rio. A obra foi autorizada por meio de portaria publicada no Diário Oficial do Município em 23 de maio de 2025, sem qualquer tipo de consulta pública ou plano de mitigação visível.

O Centro de Operações do Rio (COR-Rio) informou apenas que haverá “sinalização” e que os trabalhos podem ser suspensos ou adiados a qualquer momento, caso haja “chuvas fortes ou incidentes na via”. Ou seja, a cidade que se vire.

Zona Oeste como laboratório do improviso

A interdição da Estrada dos Bandeirantes escancara o abandono crônico da mobilidade urbana na Zona Oeste. Repetindo o que já se viu em Campo Grande, Bangu e Realengo, a região é tratada como laboratório de improvisações viárias, sem planejamento de longo prazo, investimentos estruturais ou consideração pela vida dos trabalhadores que ali circulam diariamente.

Enquanto isso, as obras emergenciais se acumulam como paliativos para redes de esgoto e drenagem precarizadas, onde privatizações mal fiscalizadas substituem políticas públicas duradouras.


O Carioca esclarece:

Por que a Estrada dos Bandeirantes está interditada?
Por conta de uma obra emergencial da Iguá Saneamento no sentido Vargem Grande, entre a Rua Fonseca Teles e a Rua Octacílio Novais.

Quem autorizou a interdição?
A Prefeitura do Rio, por meio de portaria publicada no Diário Oficial em 23 de maio de 2025, repassou a execução à iniciativa privada.

Quais os impactos para a população?
Trânsito travado, desvios confusos e risco de atraso em serviços essenciais na Zona Oeste, especialmente em Taquara e Vargem Grande.

Como isso expõe a negligência com a Zona Oeste?
A ausência de planejamento urbano faz da região um campo de testes de obras improvisadas, com impactos diretos na mobilidade e nos direitos dos moradores.

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