Os processadores da Intel tiveram a linha Core i7 no topo até a 7ª geração. A partir de 2017, o Time Azul mudou seu lineup de CPUs adicionando um segmento entusiasta chamado de Core i9. Com foco em grande desempenho, especialmente voltado para uso profissional, e que também acaba beneficiando os jogadores, o Core i9 7900X trouxe mais escolha aos usuários de PC exigentes pela primeira vez.
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Essa é uma linha consideravelmente mais cara que as demais por se tratar de um novo patamar entre as CPUs que a Intel oferta. Os Core i9 têm mais núcleos, frequências e memória cache maiores ao custo de mais consumo, já que estamos falando de especificações mais altas.
E será mesmo que vale a pena comprar um i9? Para quem ele é? O Canaltech explica qual é o melhor uso para essa linha de processadores e você conseguirá definir se esse nível de desempenho é para você ou não.
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O que é o Core i9? Entendendo a linha de CPUs mais fortes da Intel
Como dito, estamos falando da linha high-end/entusiasta de processadores do Time Azul. Dentro do lineup Intel Core, não existe nenhum segmento mais forte. Posicionando-se acima dos i7, os Core i9 oferecem o máximo de desempenho para quem não quer economizar e realmente quer ou precisa ter o melhor oferecido pela companhia.

Esses processadores são voltados para profissionais que lidam com cargas de trabalho pesadíssimas, além de gamers que não querem arriscar perder nenhum FPS nos jogos. Aliado a uma placa de vídeo do mesmo nível como uma GeForce RTX 5090, é possível ter um desempenho sem igual. Além disso, há quem tenha dinheiro para gastar a vontade e quer ter um Core i9, simples assim.
O primeiro processador desse segmento foi o Core i9 7900X, lançado em 2017. Ele chegava com incríveis 10 núcleos e 20 threads, quantidade que hoje até um i5 supera, mas que naquela época era muita coisa. Para efeito de comparação, o i7-7700K era um processador de 4 núcleos e 8 threads. O i9-14900K, último lançamento antes da mudança para Core Ultra, oferece nada menos que 24 núcleos e 32 threads e clocks que chegam a 6 GHz.
Principais características de um Core i9
Falando em núcleos, essa é a primeira característica que chama a atenção nessa linha. Os Core i9 sempre foram marcados por oferecerem muitas threads de acordo com sua geração. A partir dos Alder Lake (12ª geração), houve a mudança para a arquitetura híbrida, trazendo núcleos voltados para mais desempenho e núcleos eficientes para tarefas mais simples. Por isso, essa linha tem grande desempenho multithread, com mais de 30 threads.
As altas frequências é outra característica dessa linha. Porém isso veio ganhando mais força nas últimas gerações, já que a diferença entre um i9 e i7 nesse aspecto não era tão grande no passado. Hoje em dia, essa linha beira os 6 GHz, com o i9-14900K chegando nesse valor, algo que aumenta bastante o desempenho em geral, principalmente em single-core.
Toda essa performance custa na parte de consumo. Os Core i9 são mais exigentes nesse aspecto em relação aos i7. Vamos pegar o mais recente deles como exemplo. O i9-14900K tem TDP base de 125W, o mesmo do i7-14700K, e até o mesmo o turbo máximo é igual (253W). Porém em workload pesado, o i9 pode chegar próximo de 400W, o que é muito para uma CPU. Isso implica na escolha por uma placa-mãe melhor, fonte mais potente e refrigeração adequada.
Na hora de escolher seu processador topo de linha da Intel, é bom ter em mente também que existem diferentes gerações disponíveis no momento, além das variantes K, KF, F e KS, fora as mudanças nas especificações, como clocks, núcleos e cache.

Para quem o Intel Core i9 é realmente indicado?
Quem faz uso do PC para tarefas básicas ou uma jogatina mais simples deve recorrer aos Core i3 e i5, no máximo. Os Core i9 realmente são para quem busca desempenho máximo nas seguintes tarefas:
Profissionais com cargas de trabalho pesadas
- Edição de vídeo profissional que lida com renderização de efeitos pesados em resoluções altíssimas que vão de 4K a 8K;
- Modelagem e renderização em 3D para arquitetura, animação em geral e design de produto para campanhas de marketing;
- Simulações científicas e de engenharia com grande processamento de dados usando CAD e CAE;
- Virtualização com múltiplas máquinas virtuais configuradas e rodando várias aplicações ao mesmo tempo.
Gamers hardcore e criadores de conteúdo
- Jogos em 4K (ou até mais) com placas de vídeo entusiastas para conseguir altas taxas de quadros nessas altas resoluções, eliminando qualquer possibilidade de gargalo;
- Streaming de jogos enquanto joga. Em vez de ter dois PCs medianos, um para jogar e outro para fazer a transmissão, um Core i9 consegue dar conta das duas demandas ao mesmo tempo por conta dos múltiplos núcleos;
- Multitarefa durante a jogatina com jogo, Discord, captura de vídeo e navegador abertos.

Entusiastas de tecnologia e overclockers
- Um Intel Core i9 é ideal para quem busca ter o melhor para fazer overclock, já que são chips premium, e fazer benchmarks para registrar as pontuações altas;
- Esse nível de processador é excelente também para “future-proofing”, já que ele dura bons anos. Mas é sempre bom lembrar que a tecnologia avança, e agora avança mais rápido, e existe a chance de um i9 ficar menos interessante depois de um tempo.
Core i9 em desktops vs. notebooks: o que muda?
Processadores para desktop sempre entregam mais desempenho em relação aos seus equivalentes mobile. Um Core i9, principalmente por exigir muita energia, é melhor aproveitado em um desktop onde ele não é limitado nesse aspecto. Mas existem as versões para notebooks também.
O foco desses dispositivo sempre foi a eficiência e portabilidade. Um Core i9 mobile também consome bastante para esse segmento, mas os notebooks equipados com uma CPU dessa oferecem condições de fazer um bom uso dela. Mesmo assim, os modelos mobile oferecem menos núcleos, clocks menores, entre outras especificações, para que seja possível caber dentro de um projeto limitado.
Notebooks com Intel Core i9 são ideais para profissionais que exigem da máquina, como os perfis que listamos acima, e que gostam de ter a mobilidade, a capacidade de ligar toda essa potência em qualquer, mas que tenha tomada, vale ressaltar.
Quando um Core i9 NÃO vale a pena?
Com tudo isso dito, já entendemos que um Core i9 não é para o usuário casual ou PCs para escritório que só rodam o pacote Office, navegam na internet, acessam as redes sociais e o YouTube. Dá para economizar muito dinheiro com um i3 para isso, ou investir um pouco mais para garantir uma sobra com um Core i5.
Gamers que visam custo-benefício devem fugir de um processador desse nível, já que um i5 dá conta da jogatina em 1080p, com uma placa de vídeo de entrada, garantindo 60 FPS+. Mesmo quem quer encarar 1440p, um Core i5 de geração mais recente dá conta do recado alinhado com uma GPU intermediária como a RTX 5070 ou RX 9070.
Mesmo quem trabalha com edição, mas daquelas mais leves voltadas para redes sociais, ou qualquer outra tarefa de produtividade simples, não precisa de um Core i9.

O que considerar ANTES de comprar um Core i9?
Existem diferentes pontos importantes a serem considerados antes de comprar um Intel Core i9. Os principais deles são:
- Placa-mãe: esse tipo de processador exige uma placa-mãe high-end. Por isso é preciso escolher aquelas com chipset iniciando com Z (como uma Z890), que garante construção de ponta e as melhores tecnologias que beneficiam essa CPU, além de excelente distribuição de energia;
- Refrigeração: já mencionamos que um Core i9 pode chegar perto de 400w sob cargas pesadas de processamento. Isso leva a muito aquecimento que precisa ser arrefecido. Por isso, o indicado é, no mínimo, um water cooler de 240 mm, mas a melhor opção mesmo são aqueles com radiadores de 360 mm para garantir temperaturas baixas;
- Fonte de alimentação: como um i9 consome muito, é preciso muita atenção nesse componente. A fonte tem que ser de qualidade, com potência alta e de qualidade, principalmente porque um PC com esse processador costuma ter outros componentes de alto desempenho, que consomem mais energia;
- Memória RAM: é interessante optar sempre por memóriaa de alta velocidade, principalmente porque essas CPUs dão suporte a esse tipo de tecnologia, algo que o beneficiará, aumentando o desempenho da máquina como um todo;
- Placa de vídeo: gamers que escolhem um Core i9 para jogar, geralmente, adicionam uma placa de vídeo topo de linha. Não faz sentido usar uma CPU desse nível com GPUs de entrada e intermediária, por exemplo. Então o ideal é não economizar e colocar logo uma RTX 4090 ou 5090 dentro do gabinete;
- Alto custo: esses processadores não são nada baratos. Um i9-14900K, por exemplo, custa mais de R$ 3.000. Já um Core Ultra 9 285K passa de R$ 4.300.São valores altíssimos para uma CPU. Portanto, tenha isso em mente.

Conclusão
Um Intel Core i9 é um processador de nicho, não dá para negar. É um segmento de altíssimo desempenho e precisa estar em um computador com uma configuração que condiz com esse nível, algo que torna tudo muito caro no fim das contas. Ele é voltado para tarefas realmente exigentes, geralmente profissionais, e ficaria muito subutilizado com um usuário que não se importa com performance.
É sempre bom lembrar que o consumidor precisa saber de suas necessidades com um PC para que seu dinheiro seja direcionado da melhor forma e renda o máximo possível. Antes de tomar sua decisão sobre gastar milhares de reais em um único componente, analise a finalidade de sua máquina para não queimar dinheiro.
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