Um assessor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, lançou nesta segunda-feira (9/6) uma nova advertência em nome do governo russo: caso a Ucrânia e a OTAN tentem recuperar os territórios ucranianos ocupados pelas tropas russas, o resultado poderá ser uma “guerra nuclear”, cenário que, segundo ele, representaria “o fim do mundo”.
A ameaça foi feita por Vladimir Medinsky, assessor direto de Putin e líder da delegação russa nas negociações de paz com a Ucrânia. Em declaração, segundo a agência estatal russa Tass, Medinsky afirmou que uma simples interrupção do conflito, sem um acordo sólido, será insuficiente e extremamente perigosa.
“Se o conflito for interrompido na linha de frente e não houver um acordo de paz real — apenas um cessar-fogo — então isso vai se transformar, sabe, como aquela região disputada entre Armênia e Azerbaijão, o Carabaque”, declarou.
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Rússia x Otan: guerra nuclear
Medinsky ainda alfinetou a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), ressaltando que caso a Ucrânia se junte aos seus aliados, e a organização, será o “fim do mundo”.
“Depois de algum tempo, a Ucrânia, junto com a Otan e seus aliados, entrará na aliança, tentará retomar o território, e isso será o fim do mundo — será uma guerra nuclear”, destacou.
A tensão entre Rússia e Otan remonta à Guerra Fria, mas se intensificou com a expansão da aliança militar para o Leste Europeu após o colapso da União Soviética, algo visto por Moscou como uma ameaça direta à sua segurança.
A crise atingiu novo patamar com a anexação da Crimeia em 2014 e a invasão da Ucrânia em 2022, motivadas, segundo o Kremlin, pela aproximação ucraniana com o Ocidente.
Por sua vez, a organização sustenta que atua defensivamente e que países do Leste buscam proteção contra a crescente assertividade russa.
Embora não tenha explicado o que significa exatamente uma “paz verdadeira”, Medinsky deixou claro que a Rússia continua inflexível em suas exigências. Entre elas, estão: o reconhecimento dos cerca de 20% do território ucraniano atualmente ocupados por tropas russas como parte da Rússia, e a proibição definitiva da entrada da Ucrânia na Otan.
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Troca de prisioneiros
Apesar do impasse em relação à paz, Rússia e Ucrânia realizaram nesta segunda-feira uma nova e significativa troca de prisioneiros de guerra.
Foram libertos, de ambos os lados, combatentes com menos de 25 anos e militares que sofreram ferimentos graves. O número total de prisioneiros soltos ainda não foi divulgado oficialmente, mas, segundo Medinski, uma lista com 640 nomes já havia sido entregue à Ucrânia no fim de semana.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou o início das trocas: “A troca de hoje já começou. Ela será feita em várias etapas nos próximos dias”, declarou.