Violência, destruição e prisões: o que se sabe sobre os protestos na Califórnia

 

No domingo (8), a Casa Branca chegou a enviar cerca de 2 mil soldados das tropas da Guarda Nacional dos Estados Unidos após ordem da presidência para reprimir os protestos “contra grandes invasões de imigrantes”, segundo informou o Comando Norte. O governador democrata da Califórnia, Gavin Nelson, contrariou a medida, argumentando que iria processar o governo federal pela ação sem seu consentimento.

O “czar da fronteira” de Trump, Tom Homan, afirmou à emissora NBC News no sábado que continuaria com as operações de imigração em Los Angeles, apesar da oposição dos governantes democratas, alertando que qualquer pessoa que obstruísse a fiscalização, incluindo eles, poderia ser presa. Em resposta, Newsom desafiou Homan em uma entrevista à MSNBC, dizendo no domingo: “Ele sabe onde me encontrar”.

De acordo com o jornal The New York Times, policiais usaram gás lacrimogênio e outras munições não letais para conter os manifestantes, enquanto eles atiravam fogos de artifício e pedras em viaturas policiais, incendiando alguns veículos que estavam no local.

Algumas cenas após os tumultos mostraram cenas de destruição: carros queimados, barricadas quebradas, cones de trânsito espalhados pelas ruas e pichações rabiscadas em prédios governamentais.

O presidente Donald Trump culpou no domingo a “esquerda radical” por estar por trás dos protestos e tumultos em Los Angeles. “Esses protestos da esquerda radical, por instigadores e, muitas vezes, manifestantes pagos, não serão tolerados. Além disso, a partir de agora, máscaras não serão permitidas nos protestos”, disse na Truth Social.

Ainda na publicação, Trump criticou o governador da Califórnia chamando-o de “incompetente”.

Como tudo começou

Manifestantes começaram a protestar na sexta-feira (6), após batidas de agentes federais pela cidade de Los Angeles para localizar imigrantes ilegais em postos de trabalhos.

Os agentes foram recebidos com gritos, enquanto alguns tacavam objetos contra eles, antes de serem dispersos pela polícia com spray de pimenta e munições não letais.

As ações contra as políticas de Trump continuaram no sábado (7), tanto no centro da cidade quanto no subúrbio de Paramount, de maioria latina. A atividade policial em cumprimento às ordens da Casa Branca resultou em dezenas de prisões, em alguns casos, com o uso de munições não letais para controlar a multidão, como gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral contra os manifestantes.

A ordem de envio de tropas da Guarda Nacional para a Califórnia foi assinada ainda no sábado, com a finalidade de proteger agentes federais que conduziam operações de imigração, apesar da posição contrária do governador Newsom e da prefeita de Los Angeles, Karen Bass.

Segundo o Times, a maior parte do protesto ocorreu de forma pacífica, no entanto alguns manifestantes começaram a atirar fogos de artifícios e outros objetos nos agentes, o que desenrolou confrontos mais violentos na região. Vários carros foram incendiados no centro de Los Angeles.

Jim McDonnell, chefe do Departamento de Polícia de Los Angeles, afirmou no domingo (8) que as ações foram “ficando cada vez piores e mais violentas”. Segundo ele, a crescente violência durante as manifestações foram culpa de “anarquistas” e “pessoas que fazem isso o tempo todo” pela violência, não as pessoas que protestavam contra as batidas de imigração.

De acordo com as autoridades, mais de 50 pessoas foram presas em Los Angeles desde a sexta-feira. Outras dezenas foram detidas na cidade de San Francisco, onde manifestantes e policiais também entraram em confronto nas ruas.

O caos na cidade da Califórnia fez com que a polícia recomendasse o fechamento de lojas e que os moradores do centro de Los Angeles denunciassem “qualquer vandalismo, dano ou saque”, pouco depois da abertura de investigações sobre roubos em meio aos protestos.

Fonte: Gazeta do Povo

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