Bolsonaro no STF: ‘momento histórico’ para petistas e ‘várzea’ para apoiadores

depoimento de Bolsonaro ao STF

Réus dão aperto de mãos antes de depoimento de Bolsonaro ao STF – Foto: Ton Molina/STF

O mundo político acompanha de perto o depoimento de Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal), que iniciou nesta segunda-feira (9) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros oito réus acusados de tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Lula (PT), depois das eleições de 2022.

Nas redes sociais, os parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) aproveitaram o depoimento de Bolsonaro ao STF para atacar o ex-presidente. No Senado Federal, Humberto Costa (PT-PE) classificou o depoimento de Bolsonaro ao STF como um “momento histórico”. De acordo com o senador, o julgamento civil de militares representa uma mudança na Justiça no Brasil.

O vice-líder do governo no Congresso Nacional, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) transmitiu ao vivo o julgamento no STF e postou diversos comentários sobre a oitiva. O primeiro post do parlamentar afirmou, em caixa alta, “sem anistia, Bolsonaro preso já.”

depoimento de Bolsonaro ao STF

Dep. Lindbergh Farias (PT-RJ) pede prisão de ex-presidente ao comentar depoimento de Bolsonaro ao STF – Foto: Bruno Spada/Agência Câmara

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também publicou a frase “sem anistia” para se referir ao depoimento de Bolsonaro ao STF. A relação da deputada com o ex-presidente é marcada por fala de Bolsonaro quando ainda era parlamentar. Em 2014, Bolsonaro declarou que não estupraria a deputada federal porque ela “não merecia” e era “muito feia”. A parlamentar processou Jair sob a acusação de incitação ao crime de estupro.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), por sua vez, focou em trecho da fala de Mauro Cid, que confirmou o conhecimento do ex-presidente da minuta de decreto presidencial para instalar estado de sítio no país, com a prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes. “Mauro Cid confirmou que Bolsonaro não só sabia, como trabalhou pelo golpe”, afirmou Kokay.

A fala de Mauro Cid ganhou repercussão na base do governo, justamente por ser o depoimento com maior chance de gerar consequências ao ex-presidente. Na chegada para a audiência, que inclui o depoimento de Bolsonaro ao STF, o clima era de nervosismo.

depoimento de Bolsonaro ao STF

Mauro Cid durante interrogatório no STF – Foto: Gustavo Moreno/STF

Deputados de siglas aliadas também comentaram sobre o depoimento de Bolsonaro ao STF. A deputada Duda Salabert (PDT-MG) avaliou o depoimento de Cid como prova suficiente para a confirmação de responsabilidade de Bolsonaro na tentativa de golpe. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou em caixa alta que “a casa está caindo” após confirmação de Cid que Bolsonaro sabia da minuta do golpe.

Apoiadores criticam processo de depoimento de Bolsonaro ao STF

Do outro lado, políticos bolsonaristas criticaram tanto o processo de investigação do STF quanto as falas do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. O filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, rejeitou que tenha havido qualquer tentativa de golpe no Brasil.

O ex-secretário de Comunicação e advogado de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, afirmou que Cid não sabia sobre o que estava falando aos ministros da Corte. Em certo momento, o ex-ajudante de ordens citou uma lista com políticos e militares classificados como radicais.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez alusão ao fato do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, ser uma das pessoas listadas na minuta que previa o estado de sítio. O ministro seria, inclusive, o único magistrado a ser preso após a publicação do decreto.

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