A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu, nesta segunda-feira (9/6), a desescalada da violência em Los Angeles, após três dias de intensos protestos contra as operações do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE). Os atos, marcados por confrontos com a polícia, prisões e destruição, reacenderam a tensão política no país.
O porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, afirmou que a entidade acompanha com preocupação os acontecimentos e apelou por uma solução pacífica.
“Não queremos ver uma maior militarização da situação e apelamos a todas as partes, nos níveis local, estadual e federal, para que trabalhem nesse sentido”, disse.
Entenda o motivo dos protestos
- As manifestações começaram após uma série de rodadas do ICE em bairros com grande concentração de imigrantes, como o distrito de Paramount.
- Agentes federais realizaram abordagens em locais de trabalho e prenderam centenas de pessoas em situação migratória irregular.
- A resposta da população foi imediata. Nas ruas de Los Angeles, manifestantes bloquearam vias, incendiaram veículos e lançaram pedras e fogos de artifício contra forças de segurança.
- A polícia reagiu com gás lacrimogêneo, balas de borracha e bombas de efeito moral. Jornalistas estrangeiros também foram atingidos durante os confrontos.
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Trump envia tropas e eleva tensão
Em meio às manifestações, o presidente norte-americano Donald Trump autorizou o envio de 2.000 soldados da Guarda Nacional à cidade, sem consentimento do governo da Califórnia. A medida foi tomada com base no Título 10, que permite mobilização federal de tropas.
Trump defendeu a decisão, classificando-a como “excelente” e dizendo que, sem a intervenção, “Los Angeles teria sido completamente destruída”.
Em declarações públicas, o presidente culpou “insurrecionistas e agitadores profissionais” pelos protestos e afirmou que se trata de “más pessoas que devem ser presas”.
O norte-americano ainda sugeriu que o governador Gavin Newsom e a prefeita Karen Bass deveriam ser detidos por, segundo ele, “obstruírem agentes federais”.
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Participantes do protesto seguram cartazes anti-ICE e uma bandeira mexicana durante confrontos entre a polícia e manifestantes em 8 de junho de 2025 no centro de Los Angeles, Califórnia. Os confrontos ocorreram após operações do ICE terem varrido a cidade no fim de semana
Foto de Jim Vondruska/Getty Images
Policiais de Los Angeles disparam gás lacrimogêneo enquanto avançam sobre manifestantes que formaram uma barricada improvisada no centro da cidade durante um protesto contra batidas de imigração em 8 de junho de 2025 em Los Angeles, Califórnia
Gina Ferazzi / Los Angeles Times via Getty Images
Manifestantes fecham a rodovia 101 enquanto entram em confronto com a polícia no centro de Los Angeles devido às operações de imigração em Los Angeles, no domingo, 8 de junho de 2025
Jason Armond / Los Angeles Times via Getty Images
Manifestantes entram em confronto com a polícia no centro de Los Angeles, perto do Prédio Federal e do Centro de Detenção Metropolitano, devido às operações de imigração que assolam Los Angeles
Jason Armond / Los Angeles Times via Getty Images
Guarda Nacional da Califórnia monta guarda enquanto manifestantes entram em confronto com a polícia no Centro de Detenção Metropolitano, no centro de Los Angeles
Jason Armond / Los Angeles Times via Getty Images
Manifestante chora ajoelhada no chão após confronto com a polícia no centro de Los Angeles, perto do Prédio Federal e do Centro de Detenção Metropolitano, devido às operações de imigração que assolam Los Angeles
Jason Armond / Los Angeles Times via Getty Images
Getty Images
Reações
A ação do governo federal foi duramente criticada por autoridades californianas. O governador Gavin Newsom entrou na Justiça contra a decisão de Trump e afirmou que a medida viola a soberania do estado. “É autoritarismo”, declarou.
A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, também condenou o envio das tropas e disse que os protestos estavam sendo controlados pelas forças locais. Segundo ela, a intervenção federal foi “desnecessária e perigosa”.
