11 de junho de 2025, Brasília — No clímax do julgamento sobre responsabilização de plataformas digitais no STF, o ministro Gilmar Mendes afirmou sua admiração pelo “regime chinês”, inflamando bolsonaristas que reagiram com fúria nas redes sociais.
O julgamento que discute responsabilidade das plataformas digitais ganhou contorno inesperado quando o ministro Gilmar Mendes, decano do STF, fez um elogio ao modelo de gestão da China, comandado por Xi Jinping.
Durante o debate, o ministro disse:
“É… Um pouco na linha, nós todos somos admiradores do regime chinês, né, do Xi Jinping, né, que diz assim: ‘O importante… A cor do gato não importa, o importante é que ele cace o rato…’”
Essa declaração, embora pareça citar um pensador — possivelmente Deng Xiaoping —, foi suficiente para incendiar a base bolsonarista. usuários passaram a usar termos como “surreal”, “assustadora” e “aberração” para descrever o posicionamento do ministro.
Interesses institucionais e ideológicos
O elogio de Gilmar Mendes à China ocorre em um momento em que o STF tenta firmar um consenso sobre a regulação do ambiente digital, área de intensa disputa entre liberdade de expressão, poder estatal e interesses econômicos das redes sociais, como Facebook, Twitter/X e TikTok. O Diário Carioca apurou que a Corte avalia incluir políticas de reparação e fast law para conteúdo ilegal (e.g. fake news, discurso de ódio), gerando tensão com setores conservadores.
O que motiva o posicionamento
Gilmar, crítico do bolsonarismo, reforça sua visão de que disciplina e eficiência — características atribuídas ao modelo chinês — são essenciais para responsabilizar plataformas. Essa perspectiva, no entanto, rebate diretamente com a narrativa de “liberdade sem limites” defendida por seguidores de Bolsonaro, que enxergam no episódio ameaça à autonomia digital.
Chilique bolsonarista
No ambiente virtual, a tweetosfera comemorou e já planeja mobilizações:
- Hashtags com ataques diretos ao ministro cresceram em minutos.
- Bolsonaristas acusam Gilmar de defender “ditadura digital” e querem convocar manifestações.
- Grupos conservadores prometem protocolar pedidos de impeachment por suposta “lesão à democracia”.
Os impactos do julgamento
Se confirmada a responsabilização das plataformas, haverá necessidade de criar regras mais rígidas para monitoramento de conteúdo, com consequências para a economia digital e publicidade online. Empresas como Google e Meta podem sofrer sanções financeiras e serem obrigadas a implementar moderação ativa — um entrave para seus modelos de negócio baseados em algoritmos.
O Diário Carioca explica:
O julgamento do STF sobre a regulação das redes sociais visa definir quem responde por conteúdos ilegais — se o usuário, a plataforma ou ambas. A fala de Gilmar sobre o regime chinês vem para enfatizar eficiência, mas provoca debate sobre até que ponto o Brasil pode adotar medidas semelhantes sem colocar a liberdade em risco.
O Diário Carioca acompanha de perto esse confronto e traz nos próximos dias análises sobre possíveis impactos jurídicos e sociais.
O Carioca Esclarece
A menção de Gilmar ao modelo chinês é mais retórica do que adesão prática — ele busca inspirar eficiência, não implantar o sistema de Xi Jinping.
Entenda o Caso
1. Gilmar Mendes realmente elogiou o regime chinês?
Sim. Ele deixou claro sua “admiração” pela eficiência do governo de Xi Jinping .
2. O que está em jogo no julgamento do STF?
A definição de responsabilidades das redes por posts ilegais — fake news, discurso de ódio — pode criar novas regras de moderação.
3. Por que os bolsonaristas reagiram tão mal?
Eles veem o elogio à China como uma defesa de censura e “regime autoritário”, em contraste com a narrativa de liberdade absoluta.