Bolsonaro: “Trama golpista é farsa e delação de Cid deve ser anulada”

Três dias após prestar esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF), como réu na Ação Penal 2668, que apura suposta tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), voltou a atacar o que se chama de “trama golpista“. Para ele, tudo não passa de “farsa” e “perseguição”. “É uma caça às bruxas contra mim e contra os milhões de brasileiros que eu represento. Um processo movido por vingança, não por verdade”, afirmou.

A declarações foram motivadas por uma reportagem da revista Veja, que traz o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid na capa e que insinua que o tenente-coronel teria mentido em seu depoimento ao Supremo.

A reportagem afirma que, supostamente, Cid usou perfil @gabrielar702 para se comunicar com pessoas do círculo bolsonarista. Nas mensagens, ele teria insinuado ter sido coagido para delatar.

“As mensagens de Mauro Cid escancaram o que sempre dissemos: a ‘trama golpista’ é uma farsa fabricada em cima de mentiras. Um enredo montado para perseguir adversários políticos e calar quem ousa se opor à esquerda”, disse Bolsonaro em seu perfil no X.

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O ex-presidente ressalta que, em mensagens enviadas pelas redes sociais a alguns interlocutores, Cid teria dito: “Bolsonaro não ia fazer nada”, “não precisa de prova, só de narrativa”, “o roteiro já estava pronto”, “a sentença já está escrita” e “se não entregar a cabeça de alguém” ou “não falar o que querem, o ministro não te solta”. “Mas isso pouco importava”, observou Bolsonaro.

Se o teor da reportagem for confirmado, Cid teria violado as determinações do ministro Alexandre de Moraes de não usar redes sociais durante o período de medidas restritivas de sua delação premiada.

Subiu o tom

Diferente da postura mais amena frente ao ministro Alexandre de Moraes na última terça-feira (10/6), quando chegou fazer brincadeiras e a pedir desculpas por xingamentos e ataques anteriores ao magistrado, Bolsonaro voltou a subir o tom e cobrou a anulação da delação de Cid e a soltura do general Braga Netto e de demais presos pelo 8/1.

“E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país, Apelo à consciência dos brasileiros, das instituições, dos parlamentares e da imprensa séria: reflitam sobre o preço dessa escalada autoritária. Chega dessa farsa. Não se constrói um país sobre mentiras, vingança e arbítrio”, finalizou.

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