Brasília, 14 de junho de 2025 — Enquanto o governo tenta corrigir distorções e equilibrar as contas públicas, a direita, os bolsonaristas e setores da mídia neoliberal se mobilizam no Congresso Nacional para proteger os super-ricos e sabotar qualquer tentativa de justiça fiscal no país.
Na próxima segunda-feira (16), a Câmara dos Deputados vota, em regime de urgência, um projeto que suspende o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) — uma das medidas propostas pelo governo Lula para garantir isonomia tributária e preservar recursos para políticas públicas.
Por trás do falso discurso de “corte de gastos” e “responsabilidade fiscal”, está a velha prática de proteger os interesses dos milionários enquanto empurram a conta para quem vive de salário mínimo, Bolsa Família e serviços públicos como saúde e educação.
Quem a direita protege?
O pacote econômico, articulado pelo ministro Fernando Haddad, prevê:
- Aumento da taxação sobre casas de apostas, de 12% para 18%.
- Fim da isenção para investimentos de alta renda em LCI e LCA, que passarão a pagar 5% de imposto.
- Tributação de 17,5% sobre lucros com ativos virtuais (como criptomoedas).
- Imposto entre 15% e 20% sobre fintechs e bancos digitais.
Medidas que afetam diretamente o topo da pirâmide social — mas é justamente isso que a direita neoliberal, os bolsonaristas e seus porta-vozes na chamada grande imprensa querem impedir.
A quem interessa o desequilíbrio fiscal?
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) não poupou palavras:
“A Faria Lima, o bolsonarismo, a direita e a mídia neoliberal protegem os muito ricos, mas querem que o governo corte do Bolsa Família, do salário mínimo, da Educação, da Saúde. Mais do que nunca, é hora de taxar os super-ricos e cortar privilégios!”
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também denunciou a hipocrisia:
“Olha o paradigma de responsabilidade fiscal dessa turma que tortura os números para atacar as vinculações orçamentárias em Saúde e Educação, que são as maiores garantias de políticas públicas estruturantes no país.”
Congresso rendido ao rentismo
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foi direto:
“Infelizmente, quem nós queremos ajudar não tem poder econômico. E quem reclama da medida é quem tem dinheiro sobrando para fazer lobby aqui dentro.”
O ministro Fernando Haddad, em reunião com líderes no domingo (8), alertou que sem justiça fiscal, não há como manter os investimentos em políticas públicas que sustentam milhões de brasileiros.
Mídia neoliberal como aliada dos milionários
A cobertura da grande imprensa, que deveria zelar pelo interesse público, escancara sua cumplicidade com os setores mais ricos do país. Manchetes, editoriais e colunistas tratam o ajuste fiscal do governo como “aumento de impostos” sem contextualizar que as mudanças atingem justamente quem lucra sem pagar a conta: rentistas, especuladores e grandes empresários.
Enquanto isso, o mesmo discurso clama por cortes em programas sociais, salários, investimentos em educação e saúde — atacando exatamente quem mais precisa do Estado.
Falsa austeridade, verdadeiro privilégio
Quando a direita fala em “ajuste fiscal”, ela não fala em cortar isenções bilionárias, subsídios para bancos ou para o agronegócio exportador. Fala, sim, em cortar do pobre, da mulher negra da periferia, do estudante da escola pública e da família que depende do SUS.
O que está em disputa no Congresso Nacional não é apenas uma medida econômica. É um projeto de país: ou seguimos taxando os super-ricos e garantindo políticas públicas, ou aprofundamos a desigualdade social em nome dos privilégios de poucos.
O Carioca Esclarece
O pacote econômico do governo busca taxar setores antes isentos, como apostas, fintechs e grandes investidores, para financiar saúde, educação e assistência social. Oposição e mídia neoliberal distorcem essa agenda em nome dos super-ricos.