O governo iraniano disse que continua “forte e determinado” rumo ao avanço nuclear, apesar dos recentes ataques de Israel contra instalações nucleares do país. A informação foi divulgada neste domingo (15/6) pela Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI).
Negociações nucleares
- Desde que assumiu o governo dos EUA, Donald Trump diz que uma das prioridades da sua administração é impedir o avanço do programa nuclear do Irã.
- Logo nos primeiros dias de seu segundo mandato, o líder norte-americano adotou uma “política de pressão máxima” contra Teerã por meio de novas sanções.
- Em abril, EUA e Irã iniciaram negociações indiretas sobre um possível acordo nuclear entre os dois países. Ele incluiria o levantamento das sanções de Washington contra Teerã.
- Os dois lados, no entanto, não chegam a um consenso sobre os termos do acordo. Os EUA colocam o fim do enriquecimento de urânio, por parte do Irã, como condição principal para o pacto. Teerã vê a exigência como inaceitável, e afirma que sua tecnologia nuclear é utilizada para fins pacíficos.
- Após os ataques israelenses, o Irã decidiu não participar da nova rodada de negociações com os EUA, prevista para acontecer em Omã.
“Estamos comprometidos em avançar poderosamente a tecnologia nuclear pacífica por meio da dedicação de nossos cientistas”, disse a agência em um comunicado divulgado no X. “Ataques inimigos desesperados e fúteis se mostram impotentes contra a vontade inabalável da nossa nação”.
Até o momento, o governo iraniano confirmou que três instalações nucleares do país foram atingidas: Fordow, Isfaha e Natanz. A última delas era conhecida pela produção de urânio enriquecido a 60%. Teerã, no entanto, afirma que os danos não foram significativos.
A possibilidade de que o Irã avance no programa nuclear, e faça o uso militar do mesmo, foi a principal justificativa israelense para o início dos bombardeios contra o país.
Nos últimos anos, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tem relatado que a nação persa elevou os níveis de enriquecimento de urânio — matéria prima para a construção de uma arma nuclear.
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A agência atômica da Organização das Nações Unidas (ONU) recentemente adotou uma resolução contra o país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, por conta do não cumprimento do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
O pacto, que entrou em vigor na década de 1970, visa impedir a disseminação de armas de destruição em massa ao redor do mundo.
Apesar das acusações israelenses, e do sinal vermelho da AIEA, não existem evidências claras de que o Irã esteja próximo de construir uma bomba nuclear. Tais armas, inclusive, são proibidas no país desde 2004, após um decreto religioso (fatwa) do líder supremo aiatolá Ali Khamanei.