Entrevista: The Used e Fresno, atrações do I Wanna Be Tour, avaliam revival emo

O I Wanna Be Tour vai reunir algumas das maiores bandas do emo no início de março. Duas delas, a Fresno e o The Used, são referências no gênero musical e se mantiveram firmes na estrada quando o movimento perdeu espaço na indústria para outros ritmos.

“Nós sempre amamos tocar e estar juntos. Somos muito, muito, amigos. Somos irmãos. Acho que quanto mais shows, mais você se aproxima. Mesmo nos momentos ruins, ainda há o palco para tocar com seus amigos. Isso é o máximo”, diz Bert, vocalista do The Used, em entrevista exclusiva para a Billboard Brasil.

Além dele, também participaram do papo Lucas Silveira (vocalista da Fresno) e Jepha (baixista do The Used), sobre a cena e a turnê que vai passar por cinco cidades do Brasil.

“Em 2016, quando foi o nosso momento mais baixo, ainda era muito foda sair de casa e tocar, mesmo que fosse para 200 ou 300 pessoas. Nós estávamos fazendo música que tínhamos muito orgulho. E quando todos começaram a nos olhar de novo, perceberam que ainda estávamos aqui”, avalia o brasileiro.

“Estamos vivendo nosso melhor momento. Vamos aproveitar esse momento que [o emo] está em tendência, mas para nós, não importa. É sempre incrível fazer shows para quem ama a nossa música”.

A Fresno e o The Used começaram as carreiras no início dos anos 2000. “The Taste Of Ink”, “Blue and Yellow”, “The Bird and the Worm”, entre muitas outras, são hinos melancólicos do emo –assim como “Quebre As Correntes”, “Cada Poça” e “Diga, parte 2”. Vale ressaltar ainda que os dois vocalistas são os responsáveis pelas composições de suas respectivas bandas.

“Eu acho que as pessoas querem algo real. O tipo de emoção por trás dessas músicas é como uma porta de entrada para ajudar as pessoas em suas próprias vidas e a pensar sobre seus problemas”, diz Bert.

“Os fãs chegam e despejam muitas coisas [na gente]. Você tem que pegar isso, colocar na bagagem e segurar. Algumas coisas são bem pesadas e é bom que eles possam libertar isso. A gente sempre leva, em todas as turnês, as cinzas que uma mãe nos entregou de um fã nosso. Há coisas interessantes que acontecem. Eu fico feliz de poder ajudar e fazer parte disso”, conta Jepha.

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“Acho que é sempre um pouco assustador se expor assim [nas letras]. Mas tantas pessoas nos dizem: ‘Esse disco me ajudou’ ou ‘Esse álbum me ajudou a lidar com a morte do meu irmão’. Você sente para onde as músicas estão indo. Então somos meio que terapeutas de certa maneira”, completa Bert.

A Fresno vai abrir a programação do I Wanna Be Tour, a partir das 11h. Já o The Used sobe no palco às às 16h58. O festival passa por São Paulo (2/3), Curitiba (3/3), Recife (6/3), Rio (9/3) e Belo Horizonte (10/3).

“As pessoas acabam se sentindo representadas pelas coisas que dizemos. Podem estar focadas no trabalho, nas carreiras ou na vida pessoal, ou com problemas mais profundos. Às vezes não sabem lidar com as emoções e com seus relacionamentos. Até comigo, às vezes eu ouço uma música e tem letras que eu falo: ‘Ah, eu também sou assim? Esse cara está falando exatamente como me sinto’. Conseguimos traduzir coisas que as pessoas não têm tempo ou imaginação, ou habilidade para fazê-lo. As pessoas sentiam falta dessa intensidade”, afirma Lucas.

Fresno é uma das atrações do I Wanna Be (Camila Cornelsen)

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