Dificuldade em processar linguagem pode indicar Alzheimer

A dificuldade em processar a linguagem pode ser um indicador de Alzheimer, conforme sugere um novo estudo conduzido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e publicado no periódico Journal of Neurolinguistics. Os pesquisadores interpretam essa condição como um possível “biomarcador cognitivo” adicional para ajudar na detecção precoce da doença.

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O artigo menciona que as pessoas com declínio cognitivo ainda conseguem entender a estrutura e o significado de uma frase, mas passam a ter dificuldade na compreensão de frases ambíguas e de determinados pronomes.

Para conduzir o estudo, os pesquisadores analisaram 61 pacientes e compararam o desempenho cognitivo com o de indivíduos cognitivamente saudáveis.


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O estudo se concentrou em entender como os envolvidos interpretavam aspectos como o uso de “seu” na frase, que pode remeter a dois sentidos diferentes. Os pacientes com declínio cognitivo tiveram um desempenho pior do que o grupo controle ao compreender essa ambiguidade.

Em comunicado divulgado pelo MIT, os pesquisadores explicam que isso não significa que os pacientes propensos a desenvolver Alzheimer tenham perdido a capacidade de juntar frases complexas, mas sim mostram um déficit sutil quando a mente precisa desvendar o sentido de um discurso ambíguo.

Indicador de Alzheimer

Os autores veem a descoberta como um meio de melhorar a compreensão que os especialistas têm da deterioração que ocorre nas fases iniciais do Alzheimer.

“Os déficits vão além da perda de memória. Embora os participantes que estudamos tenham problemas de memória, as suas dificuldades não explicam os nossos resultados de linguagem”, anuncia o time.

Dificuldade em processar linguagem precede o Alzheimer, segundo estudo (Imagem: Aew/Rawpixel)

 “Quanto mais precisos pudermos ser sobre o locus neuronal de deterioração, isso fará uma grande diferença em termos de desenvolvimento do tratamento”, acrescentam.

Alzheimer e linguagem

A informação pode ser um meio de reforçar ideias de um outro estudo, publicado na revista científica Frontiers in Human Neuroscience, que diz que falar duas línguas pode prevenir Alzheimer — implicando, então, que exista uma ligação entre a linguagem e a doença neurodegenerativa.

O objetivo desse novo estudo do MIT é potencialmente direcionar os estudos da neurociência para regiões do cérebro que processam a linguagem, ao investigar o Alzheimer. Os pesquisadores querem “aumentar a dimensão dos estudos como parte de um esforço para continuar a definir como é que as doenças progridem e como a linguagem pode ser um preditor disso.

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