Diante do novo mal-estar entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o governo Lula (PT), é o Novo Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) que aparece no centro de uma disputa de interesses no Congresso Nacional.
Entre os governistas do Senado, teme-se que Pacheco atue para dar uma resposta à judicialização da desoneração da folha de pagamentos dos municípios e queira turbinar o valor do teto do Perse, fixado pela Câmara em R$ 15 bilhões.
O temor também atinge a possível adição de novos setores contemplados. Na Câmara, o grupo foi reduzido de 44 para 30.
A senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), relatora do texto, já indicou que não fará as mudanças, mas o temor continua justamente por ela ser do partido de Pacheco. Por ora, a senadora disse que apresentará apenas uma mudança principal: vai incorporar ao texto a correção do valor de R$ 15 bi pela inflação oficial (IPCA). A ideia é que a correção exista e que não haja imprecisão nos valores apresentados.
Caso o texto seja aprovado com essa mudança, terá que voltar à Câmara dos Deputados e o retorno será considerado uma derrota para o governo, já que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, priorizara a aprovação com o texto inalterado.
Ontem (29/04), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se disse tranquilo com a votação do Novo Perse, nesta terça (30), e afirmou que o governo fará de tudo pela aprovação do texto.
“Acredito que o Congresso Nacional nos ajudou muito até esse momento de recuperação econômica do país. […] Tenho certeza que vão continuar ajudando” – Alexandre Padilha a jornalistas em 29 de abril.