Review Redragon Cobra Pro | Mouse sem fio barato com software questionável

O Redragon Cobra é um dos mouses mais vendidos e populares do mercado brasileiro. Isso se deve ao fato de o periférico trabalhar com componentes simples, mas eficazes, e estar situado em uma faixa de preço bem acessível para diversos públicos. 

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Agora, a Redragon lança no Brasil o Cobra Pro, a versão sem fio do seu maior sucesso. Equipado com sensor Pixart PMW3335 e oito botões programáveis, o mouse chega para ser mais um carro-chefe da empresa, mas esbarra em problemas inadmissíveis.

Prós

  • Design interessante
  • Cabo paracord
  • Bom para quase todas as mãos

Contras

  • Falhas na conexão
  • Software ruim
  • Suja rapidamente
  • Usabilidade instável

Design

Com uma proposta estética relativamente simples, o Redragon Cobra Pro é um mouse com uma curvatura alongada em sua parte superior e muito similar à sua contraparte com fio. O design tenta chamar a atenção com RGB pulsante em alguns pontos da carcaça, como na lateral, mas não é tão invasivo.


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Redragon Cobra Pro suja com facilidade (Imagem: Felipe Vidal/Canaltech)

Acredito que a linguagem visual adotada pela Redragon deu certo, uma vez que esse é um mouse wireless gamer bonito, apesar de simples. Além das faixas luminosas nas laterais, o botão de scroll também é iluminado, assim como o logotipo da marca na região traseira. Todo esse conjunto pode ser personalizado por meio de um software — bem questionável.

O tamanho do Redragon Cobra Pro está na média, medindo cerca de 12 centímetros de comprimento e pesando aproximadamente 100g. Aliás, esse é um valor bem interessante para um mouse gamer, pois embora não seja um ultraleve, também não carrega a brutalidade de outros modelos.

Construção

O Redragon Cobra Pro tem um problema chato com acúmulo de sujeira na carcaça. Embora seja algo comum em diversos modelos mais baratos, o plástico de qualidade inferior usado no mouse intensifica isso. Logo na primeira semana de uso, com mãos limpas, a região dos botões já começou a se desgastar e acumular gordura. Claro, isso pode variar de usuário para usuário, mas esse tipo de situação costuma acontecer apenas com meses de uso nos mouses que utilizo.

Infelizmente o produto transparece que não possui o melhor material possível apenas com o toque inicial na carcaça. A parte superior usa um plástico ABS fosco e suavizado, enquanto as laterais têm um padrão brilhante e liso, mesmo com bolinhas aderentes para os dedos.

Usando o periférico diariamente, ele se manteve firme em minha mão, mas, após alguns dias de uso, senti que a parte lateral começou a ficar menos rígida, como se o plástico não estivesse totalmente preso. Além disso, ao apertar a carcaça, é sensível a deformação do material, que faz até um barulho quando pressionado. 

Mesmo que não dê indício que irá quebrar, é bom ser gentil com esse aparelho, pois uma queda pode ter consequências ruins (Imagem: Felipe Vidal/Canaltech)

Sensor e switches 

Apesar de não ser o mouse mais bem construído do mercado, o Cobra Pro opera com um sensor Pixart PMW3335 de até 16.000 DPI e polling rate de 1.000 Hz. O sensor cumpre seu papel muito bem e não causa problemas a esse mouse. O mesmo pode ser dito dos switches usados nos botões principais, que ficam a cargo do Huano 20M e funcionam tranquilamente.

Parte traseira possui um espaço para guardar o dongle de conexão sem fio (Imagem: Felipe Vidal/Canaltech)

Botões

O Redragon Cobra Pro é um mouse com uma quantidade considerável de botões: oito ao total. Dois deles são os principais, enquanto o terceiro é o de scroll. Ao lado do scroll há três botões de ajustes: dois primeiros aumentam ou diminuem o DPI; o terceiro altera o nível de polling rate. Já na lateral ficam os clássicos botões de atalho para avançar e retroceder.

A exceção fica com os botões traseiros não programáveis. Um deles é o botão de perfil, que altera o conjunto de definições conforme o usuário configura. O outro corresponde a um switch que alterna entre o ligar, desligar e ativar o modo Eco, que mantém o mouse funcionando, mas sem as luzes RGB para economizar bateria.

O botão de scroll é do tipo tradicional, sem rolagem infinita (Imagem: Felipe Vidal/Canaltech)

Cabo e bateria

O Redragon Cobra Pro é um mouse wireless que usa um cabo para realizar o carregamento da bateria. O cabo USB-C conta com revestimento paracord speedflex com comprimento de 1,8 metros e funciona bem, sem prender na mesa ou enrolar facilmente.

Já a respeito da bateria, o Cobra Pro utiliza um modelo interno de 700 mAh. A fabricante afirma que isso gera uma autonomia de cerca de seis dias de uso, algo que pude comprovar na prática. Esse mouse dura quase uma semana sem precisar carregar, mas pode durar ainda mais caso as luzes RGB sejam desativadas.

O que vem na caixa do Redragon Cobra Pro?

Sem muita firula, o Redragon Cobra Pro vem embalado em uma caixinha que parece uma pequena caixa de ferramentas. Confira o que há dentro:

  • Cabo paracord USB-C;
  • Dongle USB;
  • Manuais de instrução;
  • Adesivos
É possível utilizar o mouse enquanto o mesmo está sendo carregado, pois o cabo paracord evita o atrito (Imagem: Felipe Vidal/Canaltech)

Usabilidade

O Redragon Cobra Pro é um mouse confortável para quem tem mãos pequenas e médias, mas pode não ser ideal para quem possui mãos muito grandes. Contudo, isso dependerá da pegada.

Pessoas com mãos grandes podem se beneficiar da pegada Palm (Imagem: Felipe Vidal/Canaltech)

Para o Cobra Pro, devido à sua curvatura alongada, a pegada Palm é bem interessante e foi a minha principal durante o uso. A pegada do tipo Claw também funciona bem, enquanto a Fingertip foi a que menos gostei, pois o acabamento aderente na lateral não dá firmeza no dedão e no mindinho.

Essencialmente construído para destros, a navegação e uso com a mão esquerda não deve funcionar bem, principalmente por conta dos botões laterais dessa direção. Mas, em geral, acredito que seja um mouse para a maioria das pessoas, já que não possui muitos impeditivos para a usabilidade.

Conexão sem fio

Por ser wireless, a expectativa para o Redragon Cobra Pro estava alta. Contudo, meu uso diário com esse mouse se tornou decepcionante em certos aspectos. Talvez o primeiro deles é que o periférico utiliza dongle USB-A em vez do Bluetooth.

Caso queira jogar longe do PC, é bom arrumar uma maneira do dongle ficar próximo a você (Imagem: Felipe Vidal/Canaltech)

A qualidade da conexão com esse dongle é limitada. Quando bem próximo ao mouse, a cerca de 30/40 cm, tudo funciona perfeitamente. Mas quando eu passei dos 50/60 cm as coisas começaram a emperrar. O mouse continua funcionando, mas é perceptível uma queda na taxa de atualização do periférico, que “se arrasta” na tela e cria mais peso e resistência nos movimentos.

Isso se torna um problema, pois a essa mesma distância eu uso meu teclado, headset e outro mouse sem fio e nenhum deles têm esse problema. Para piorar, a Redragon não envia nenhum adaptador para deixar o dongle mais perto do periférico.

“O Redragon Cobra Pro funciona bem quando perto do dongle e entrega uma experiência satisfatória, mas fica a mercê de uma conexão limitada com esse receptor”

— Felipe Vidal

Software

O software é a parte mais questionável desse mouse. O Redragon Cobra Pro, assim como outros produtos da companhia, usa um aplicativo tão datado que me senti em 2008 novamente. A interface não é das melhores, os comandos e configurações não são aplicados corretamente, não há suporte ao Português e cada periférico usa um software diferente. 

O aplicativo precisa passar por reformulações rapidamente (Captura de tela: Felipe Vidal/Canaltech)

São tantos erros em um mesmo parágrafo que fica muito complicado defender a Redragon. Os outros pontos negativos do mouse acontecem em diversos produtos, mas um software desses em 2024 não tem cabimento.

“Com sérios problemas em seu software, o Redragon Cobra Pro se torna um mouse desinteressante e pouco funcional”

— Felipe Vidal

Experiência de uso

Tudo isso condiciona uma experiência de uso bem irregular. Em games competitivos, como Battlefield 2042 e Call of Duty: Warzone 2, eu consegui jogar bem com o Redragon Cobra Pro e não tive problemas. O tempo de respostas dos botões funcionou bem e o barulho dos cliques é padrão, como de qualquer mouse gamer.

O Redragon Cobra Pro funciona para o básico, mas seus problemas o impedem de ser uma opção melhor (Imagem: Felipe Vidal/Canaltech)

No uso diário, durante meu trabalho, tive problemas apenas com a questão da conectividade falhando devido à distância com o receptor e o software ruim. Várias foram às vezes que o DPI alterava sozinho, ou a taxa de polling rate voltava para o valor mínimo sem que eu alterasse essas configurações. Uma dor de cabeça.

Concorrentes diretos

Mirando o segmento de entrada e custando próximo aos R$ 300, o Redragon Cobra Pro tem o Logitech G305 Lightspeed como seu maior rival. O periférico da Logitech é competente em todos os sentidos e aparece na faixa dos R$ 250 ou menos em promoções. Além disso, o Fallen Pantera Pro Wireless também corre nessa disputa, apostando no formato ultraleve de 68g.

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Vale a pena comprar o Redragon Cobra Pro?

O Redragon Cobra Pro vale a pena se você quer um mouse simples, bonitinho e não é exigente em desempenho ou tecnologias de ponta em periféricos. Esse mouse cumpre seu papel e funcionará bem para muitos usuários e atende a proposta de custo-benefício proposta pela Redragon. 

O Redragon Cobra Pro é uma versão limitada do modelo com cabo (Imagem: Felipe Vidal/Canaltech)

O Redragon Cobra Pro não vale a pena se você quer um mouse gamer bem construído, com muita autonomia energética, conexão sem fio estável e um software utilizável. Infelizmente, o periférico tropeça em muitos problemas, mas que entendo serem limitações para atender a uma certa faixa de preço. Porém, o aplicativo sugerido pela Redragon é inviável e reduz o nível de indicação para esse produto.

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Leia a matéria no Canaltech.

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