Traficantes, assassinos e até mortos conseguiram registro de CAC sob governo Bolsonaro

A farra na concessão de registros de Colecionador, Atirador e Caçador (CACs) pelo Exército brasileiro durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) gerou uma milícia nacional, conforme revelado por um relatório sigiloso do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo nesta segunda-feira (4).

Os dados indicam que o Exército concedeu esses registros a indivíduos condenados por crimes graves, brasileiros já falecidos e até mesmo foragidos da Justiça.

O que você precisa saber:

  • O Exército concedeu registros de CACs a 5.235 pessoas condenadas por tráfico, homicídio e lesão corporal.
  • Dentre elas, 1,5 mil pessoas tinham processos de execução penal, e 2,6 mil eram foragidos da Justiça.
  • Mais de 21 mil armas estão registradas para pessoas já falecidas, e 94 mortos compraram 16.669 munições.
  • 22.493 CACs estão no CadÚnico, suspeitos de serem usados como laranjas para aquisição de armas pelo crime organizado.
  • Os recursos para fiscalização do Exército diminuíram 37%, enquanto o número de certificados de CACs aumentou 469%.

Acesso irresponsável a armas e suas consequências: “A gravidade das condutas, por si só, já reforça indicadores de criminalidade e abala a sensação de segurança”, alerta o TCU. A auditoria destaca preocupações com reincidência, evolução da gravidade dos crimes e obstrução de investigações devido ao acesso indiscriminado a armas.

Discrepância entre registros e fiscalização: Durante o governo Bolsonaro, os recursos destinados à fiscalização dos CACs e armas de fogo caíram 37%, enquanto os certificados de CACs aumentaram 469%, indicando um descompasso notório. O Exército, agora sob o comando do general Tomás Ribeiro Paiva, afirma que está adotando medidas para aprimorar os processos de autorização e fiscalização dos CACs.

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