Começa o 2º dia de deliberação de júri que decidirá o futuro de Trump

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump enfrenta nesta quinta-feira (30/5) o segundo dia de deliberação do júri no julgamento em que é acusado de fraude contábil.

Segundo a acusação, o ex-presidente norte-americano teria supostamente escondido o pagamento de US$ 130 mil, com gastos da campanha, para a atriz pornô Stormy Daniels. A investigação aponta que o objetivo de Trump com o pagamento era silenciar um caso extraconjugal.

O júri é composto por 12 pessoas e está deliberando  sobre as provas e depoimentos das testemunhas para avaliar se elas são consistentes. Os depoimentos se estenderam ao longo das seis semanas de duração do julgamento.

Na quarta (29/5), o júri encerrou o dia sem conseguir chegar a um veredito sobre o único ex-presidente dos Estados Unidos indiciado por um crime. Não há prazo para que o júri encerre: ele pode durar um dia ou semanas.

O político norte-americano de 77 anos teria falsificado os documentos comerciais para o pagamento dos US$ 130 mil na campanha presidencial de 2016.  A atriz alegou que eles tiveram um encontro sexual. Trump se declarou inocente e disse que não teve um relacionamento com Daniels.


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Jurados pediram transcrição de depoimentos

Os jurados pediram na quarta (29/5) a transcrição de depoimentos de duas testemunhas ao juiz Juan Merchan:

  • Michel Cohen – ex-advogado de Trump, que disse que o ex-presidente estava ciente do pagamento e se esforçou para encobri-lo;
  • David Pecker – ex-editor do tabloide National Enquirer, que testemunhou sobre seus esforços de ocultar as histórias que poderiam comprometer a candidatura de Trump.

Júri precisa de decisão unânime

Os 12 membros do júri precisam chegar uma decisão unânime. Caso isso não ocorra, o juiz vai declarar a anulação do julgamento.

Trump classifica o julgamento como uma tentativa de minar seus esforços de disputar a presidência do país pelo partido Republicano contra o atual presidente, Joe Biden, em 5 de novembro deste ano.

Cohen no centro das análises

No início do júri, o juiz Merchan pediu que os membros se debruçacem sobre o depoimento do ex-advogado de Trump, porque ele foi cúmplice dos pagamentos. Cohen foi quem teria feito o pagamento de US$ 130 mil em nome de Trump. Ele foi advogado do ex-presidente por dez anos, até que os dois se desentenderam.

O ex-advogado afirmou em seu testemunho que pagou do próprio bolso a atriz pornô para encobrir o caso, que segundo ela teria ocorrido dez anos antes das eleições de 2016.

De acordo com o depoimento de Cohen, Trump concordou com o pagamento e depois com o plano de reembolsar o ex-advogado com parcelas mensais disfarçadas de honorários.

A defesa do ex-presidente alega que os membros do júri não podem acreditar em um advogado condenado e com um longo histórico de mentiras.

Já os promotores afirmam que mensagens de voz, e-mails e outras evidências contribuem com o depoimento de Cohen.

Eventual condenação não impede candidatura

Mesmo que seja condenado pelo júri, o ex-presidente não fica impossibilitado de concorrer à Casa Branca. Nem mesmo o impede de assumir novamente a presidência.

Se condenado, Trump pode pegar até quatro anos de prisão. No entanto, o histórico dos EUA sobre o crime em que acusado mostra que o republicano deve ser apenas multado e receber liberdade condicional. Além disso, a expectativa é de que o político recorra da condenação. 

Além desse julgamento, Trump enfrenta outros três processos na justiça, mas nenhum dos julgamentos deve ser realizado antes de 5 de novembro, dia da eleição.

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