Holocausto Brasileiro | Conheça o chocante documentário que chega à Netflix

Um dos mais chocantes documentários nacionais da HBO está prestes da chegar à Netflix. Lançado originalmente em 2016, Holocausto Brasileiro chega à plataforma de streaming no dia 25 de fevereiro com a dura tarefa de contar e apresentar um das mais cruéis e vergonhosos capítulos da história médica brasileira — os horrores que aconteciam nos corredores do Hospital Colônia de Barbacena

  • 5 filmes para assistir na Netflix em Fevereiro de 2024
  • 12 filmes que chegam à Netflix em 2024

O longa é baseado no livro da jornalista Daniela Arbex — responsável também pela obra que serviu de base para a série Todo Dia a Mesma Noite, da Netflix, sobre a tragéida da Boate Kiss — e mosta um pouco da realidade que os internos viviam dentro do Colônia. O local era um hospital psiquiátrico para onde eram enviados todos aqueles que, de algum modo, não se encaixavam na sociedade. Pessoas LGBTI+, mulheres que não se casaram virgem, alcoólatras, prostitutas, epilépticos, esposas cujo marido não as queriam mais, entre outras. 

 

Era um manicômio no que há de pior no conceito: um verdadeiro depósito onde as pessoas indesejadas pela sociedade eram jogadas. E o resultado isso foi um horror. Ao todo, cerca de 60 mil pessoas morreram em suas celas e corredores, em um dos principais genocídios acontecidos no Brasil.


Podcast Porta 101: a equipe do Canaltech discute quinzenalmente assuntos relevantes, curiosos, e muitas vezes polêmicos, relacionados ao mundo da tecnologia, internet e inovação. Não deixe de acompanhar.

A situação no Colônia era tão agressiva e cadente que, na década de 1980, o psiquiatra italiano Franco Basaglia visitou o hospital e o descreveu como “um campo de concentração nazista”, já que as condições com que os pacientes eram submetidos eram equivalentes àquele que os judeus eram submetidos durante a Segunda Guerra Mundial. Basaglia foi um dos responsáveis pela reforma no sistema de saúde mental no país europeu.

Os que conseguiram sobreviver ao Colônia, no entanto, não passaram ilesos à barbárie. Os internos eram torturados com eletrochoques e submetidos a condições degradantes como beber água de esgoto e comer ratos mortos. E, apesar dessas violências terem sido denunciadas pela imprensa na época — em 1961, a revista O Cruzeiro fez uma foto-reportagem do local e, em 1979, o Estado de Minas publicou a matéria Os Porões da Loucura —, foi só na década de 1980 que o Colônia teve fim.

No documentário, tanto os sobreviventes quanto aqueles que foram testemunhas oculares da história são ouvidos, e Daniela não tenta fazer um julgamento do ocorrido, apenas retratar o que manchou para sempre a história de uma das principais cidades de Minas Gerais — além da própria história médica brasileira.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Daniela Arbex | Jornalista (@daniela.arbex)

A história do Hospital Colônia é tão emblemática que ele se tornou símbolo da luta antimanicomial no Brasil, passando a representar tudo o que havia de errado no modo como o país tratava seus pacientes psiquiátricos — além de como encarava parte da sociedade. 

E, já que falamos na autora, vale lembrar que ela é um nome importante no jornalismo investigativo brasileiro. Além de ter vendido mais de 300 mil exemplares do livro, ela também assina outras obras importantes que refletem sobre as tragédias que aconteceram no nosso país, entre eles Todo Dia a Mesma Noite, que conta sobre o incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, que culminou na morte de 242 pessoas; e Cova 312 que mostra como as Forças Armadas toturaram e mataram o jovem militante político, Milton Soares de Castro, forjaram seu suicídio e sumiram com o corpo.

A HBO na Netflix

Os assinantes da Netflix já devem ter percebido que algumas produções da HBO agora estão disponíveis no catálogo da gigante do streaming, e Holocausto Brasileiro é uma delas. Isso acontece porque existe um acordo entre a Warner Bros., a Discovery e a Netflix, para que os produtos da Max possam ser disponibilizados na empresa do Tudum. Essa negociação visa ajudar a WarnerMedia, detentora da HBO, a se recuperar financeiramente dos prejuízos que teve nos anos anteriores.

Ninguém Sai Vivo Daqui 

Ainda falando no documentário, vale comentar que, em 2024, a história do Holocausto de Barbacena também será retratada em um filme de ficção. Trata-se de Ninguém Sai Vivo Daqui, longa estrelado por Andréia Horta e dirigido por  André Ristum, o mesmo que assina a série Colônia que também fala sobre o tema. Na verdade, o longa é uma versão compacta da série e chegará aos cinemas ainda neste ano, mas sem uma data definida.

Na trama, o foco fica em Elisa (Fernanda Marques), uma jovem que é internada no Colônia pelos seus pais após engravidar do seu namorado. Filmado em preto e branco, o longa ainda traz no elenco Augusto Madeira e Rejane Faria. Confira o trailer abaixo.

 

O diretor comentou que, embora a trama da série e do filme sejam a mesma, há uma diferença narrativa na forma como a história é contada. Enquanto o longa não estreia, você pode maratonar todos os 10 episódios de Colônia no Globoplay.

Leia a matéria no Canaltech.

Trending no Canaltech:

  • 🤑 BARATO | Aproveite Galaxy S23 de 512 GB em super oferta
  • Semana do Cinema 2024 traz ingressos a R$ 12 em todo o Brasil
  • Star Wars finalmente revela por que Luke perdeu a mão 44 anos depois
  • Os 45 filmes mais esperados de 2024
  • Madame Teia | Bilheteria da estreia mostra tamanho do prejuízo
  • Artigo científico com imagens esdrúxulas de IA é retirado do ar
Adicionar aos favoritos o Link permanente.