Boleto compensado no dia do pagamento será realidade no Brasil

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou mudanças que otimizam o uso de boletos no país: a partir de 15 de março, as transações nesse formato poderão ser compensadas no mesmo dia de pagamento. A mudança já estava prevista para este ano e apresenta uma alternativa para acirrar a disputa com o Pix, o preferido dos brasileiros.

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A previsão inicial da Febraban era de lançar a novidade em janeiro, mas precisou adiar para concluir os ajustes finais nos sistemas. Quem ainda usa o boleto bancário sabe que o pagamento pode ser processado em até três dias úteis, então a mudança é favorável tanto para credores como clientes de e-commerce, que podem tirar proveito de um processo mais rápido nas compras.

Em nota enviada ao Canaltech, o órgão explica que nem todas as cobranças vão usar o sistema D+0, de liquidação no mesmo dia, porque outra parte do sistema ainda vai usar o prazo de um dia útil — porém, a Febraban não especifica quais boletos ou segmentos serão contemplados com compensação no mesmo dia ou em um dia útil.

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Para a entidade, este é “mais um projeto de modernização feito pelo setor bancário em uma das modalidades de pagamento mais utilizada pela população brasileira, que beneficiará o credor do documento”.

Disputa com o Pix

Desde o lançamento do Pix, em 2020, o boleto perdeu forças. A forma de pagamento instantânea foi adotada por e-commerces e também aparece em algumas contas e faturas que antes só disponibilizavam o código de barras como opção.

Uma das principais vantagens está justamente na rapidez do processamento: a transferência é praticamente instantânea e, em poucos minutos, já é possível confirmar o envio e o recebimento do dinheiro. O boleto, por sua vez, ainda mantinha um prazo longo, mas era uma opção para contas recorrentes entre estabelecimentos comerciais e prestação de serviços.

Apesar da preferência dos clientes pelo Pix, o boleto ainda é uma alternativa importante para empresas. O CEO da fintech de inteligência de crédito TMB, Reinaldo Boesso, explica os contextos em que ele se destaca.

“Primeiro, você consegue fazer negociação de boleto no mercado pra antecipação de recebível. Então você vende o boleto parcelado, por exemplo, e os bancos e as instituições financeiras entendem as parcelas que você vai receber mês a mês como garantia de recebimento. Você consegue uma antecipação de dinheiro no mercado a uma taxa melhor e menor, então o boleto faz isso melhor que o Pix no momento”, explica.

Além disso, os carnês ainda são uma forma de reconhecer compras e compromissos financeiros nas empresas. “Se você faz um carnê e o cliente paga a primeira [parcela], você meio que garantiu que ele reconheceu a compra. Isso serve para cobrar judicialmente, é uma vantagem porque isso é reconhecido como confissão de compra, confissão de dívida”, comenta Boesso.

A mudança de prazo anunciada pela Febraban, portanto, agilizaria todas essas tarefas.

DOC já deixou de existir

E por falar nas quedas de braço com o Pix, recentemente as transferências por DOC deixaram de funcionar no Brasil. O método foi descontinuado após perder força em comparação com a forma de pagamento mais moderna, que viabiliza transferências mais rápidas e não possui limite de valores ou horários.

Leia a matéria no Canaltech.

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