Opositora venezuelana rebate ironia de Lula: “Isso porque sou mulher?”

Avalista das eleições que Nicolás Maduro promete promover na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou a atual conjuntura com o período em que ficou impedido de concorrer à presidência em 2018, no Brasil.

“Eu fui impedido de concorrer às eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei outro candidato e ele disputou as eleições”, afirmou o petista, falando de Fernando Haddad, que concorreu quando ele foi impedido pela Justiça – e perdeu no segundo turno para Jair Bolsonaro.

“Na Venezuela estão marcadas as eleições para o dia 28 de julho. A pergunta de vocês é se as eleições vão ser honestas ou não. Eu espero que sejam as mais democráticas possíveis”, completou Lula.

Veja:

Apesar de não fazer menção direta, a fala soa como uma referência à situação de María Corina Machado, líder da oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que foi inabilitada a concorrer ao pleito após denunciar violações de direitos humanos pelo governo.

Em uma publicação no X (antigo Twitter), a venezuelana reagiu à declaração do presidente.

“Eu, chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre em que derrotarei Maduro”, disse Corina Machado.

“Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar.”

Eleições na Venezuela

A Venezuela marcou as eleições presidenciais para 28 de julho, atendendo aos termos acordados entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição. A data do pleito foi anunciada por Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), nesta terça-feira (5/3).

Tradicionalmente, as eleições na Venezuela são realizadas em dezembro. A data do pleito deste ano, no entanto, irá acontecer no aniversário de Hugo Chávez, ex-presidente do país e sucessor de Nicolás Maduro.

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