Depois que o grupo político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), “rachou” em Alagoas, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, tratou de colocar panos quentes na discussão. Em publicação nas redes sociais, o prefeito disse que “as conversas políticas são fundamentais para a consolidação da maior e melhor aliança política de Alagoas” e que o “diálogo amistoso continua”.
JHC também disse que as decisões políticas serão anunciadas no momento certo, dando a entender que não consumará o acordo com o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Isso porque o presidente da Câmara quer emplacar a prima Jó Pereira, secretária de Educação, como vice-prefeita de Maceió.
Antes, JHC e Cunha haviam combinado de formar uma chapa para a reeleição na capital alagoana. A suplente do senador é a mãe de JHC, Eudócia Caldas (PSB), o que firmaria o acordo.
Parece não fazer sentido um senador desistir de seu mandato no final, mas o cálculo de Cunha é uma reeleição ser muito improvável, já que as duas vagas ao Senado em 2026 serão concorridas por Renan Calheiros (MDB) e o próprio Lira. Sendo vice, quando JHC tentar o governo do Estado, em 2026, Cunha fica com a cadeira de prefeito.
Foi pela pressão de Lira que Cunha rompeu o acordo entre governo e Congresso para colocar em votação a regulamentação do tributo para compras online acima dos US$ 50. A tal “taxação das blusinhas” foi tirada do projeto Mover, votado pelo Senado ontem (05/06).
Mesmo assim, o Senado aprovou em votação simbólica o texto. O destaque, manobra do governo, agora volta à Câmara.