Bolsonaro dá mais um chega para lá em Ronaldo Caiado

Não convide para a mesma mesa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador reeleito de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil). Para o mesmo palanque, até pode convidá-los, mas Bolsonaro fará questão de manter-se distante de Caiado.

Foi assim no comício da Avenida Paulista no domingo 26/2. Caiado anunciou que iria se solidarizar com Bolsonaro, que prometeu reduzir a pó todas as acusações que a Polícia Federal lhe faz. Àquela altura, Bolsonaro não se daria ao luxo de vetar a presença de ninguém.

Só mais dois governadores compareceram além de Caiado – o anfitrião Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e o de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL). Os dois devem o mandato a Bolsonaro; Caiado não deve, mas quer o apoio dele para disputar a vaga de Lula.

No momento, pelo menos, Bolsonaro não pensa em apoiá-lo. Como médico, Caiado divergiu dele enquanto durou a pandemia da Covid-19. Faltou às visitas que Bolsonaro fez a Goiás para não ter que ouvi-lo pregar o fim das medidas de isolamento social.

No primeiro turno das eleições de 2022, Caiado evitou colar em Bolsonaro, embora no segundo, já reeleito, o tenha apoiado contra Lula. Bolsonaro nada esquece, muito menos o que considera traição.  Daí porque, ontem, deu mais um chega para lá em Caiado.

Foi assim: o União-Brasil queria porque queria indicar um dos seus deputados para a presidência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara. A Segurança e o combate ao crime será uma das bandeiras da campanha de Caiado.

O crime organizado perdeu espaço em Goiás desde que Caiado elegeu-se governador. A polícia, ali, atira para matar. A segurança pública está em primeiro lugar na preocupação dos brasileiros. Bolsonaro brigou para que o PL ficasse com a presidência da comissão.

E ganhou. Ajudou a eleger presidente um dos seus mais antigos amigos da época em que foi deputado – Alberto Fraga (PL-DF). Que já pediu uma audiência a Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, à caça de fugitivos em Mossoró.

Se arrependimento matasse, Lewandowski, hoje, seria um homem morto. Lula deu-lhe a chance de ficar com a Justiça e ocupar com outro nome a Segurança Pública. Lewandowski preferiu ficar com tudo. Vai ter que engolir muito pó país adentro. Acabou a vida fácil.

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