Ferver a água pode eliminar 90% dos microplásticos

Ferver a água ajuda a eliminar 90% dos microplásticos. A observação vem de pesquisadores da Guangzhou Medical University e da Jinan University in China, e foi compartilhada na Environmental Science & Technology Letters no último dia 28.

  • Acúmulo de microplásticos no fundo do oceano triplica em duas décadas
  • Microplásticos afetam negativamente o comportamento de animais

A etratégia de ferver a água parece simples, mas o grupo defende que já é suficiente para descontaminar a água da torneira, e assim reduzir as chances de ingerir os microlásticos ao beber água.

Antes de tudo, vale lembrar o que são microplásticos: minúsculas partículas de plástico (normalmente menores que 5 milímetros de diâmetro) que se acumulam no meio ambiente, representando uma ameaça para a vida marinha e para a saúde humana.


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Diante da análise, os autores do trabalho defendem que beber água fervida pode vir a ser uma estratégia viável a longo prazo para reduzir a exposição a essas partículas. A estimativa é que a prática seja adotada com mais frequência, à medida que os microplásticos passam a ser uma preocupação maior.

“Os nano/microplásticos da água da torneira que escapam dos sistemas centralizados de tratamento de água são uma preocupação global crescente. A fervura pode remover alguns produtos químicos e a maioria das substâncias biológicas. Esta estratégia simples de água fervente pode tem o potencial de aliviar inofensivamente a ingestão humana de microplásticos”, conclui o manuscrito.

Microplásticos no corpo humano

Um dos principais efeitos a que se tem conhecimento é que a ingestão de microplásticos pode inflamar o trato digestivo e deixar os tecidos danificados. A situação é alarmante em um ponto que os médicos já identificaram essas partículas no coração humano.

Microplásticos são encontrados na natureza e até no corpo humano (Imagem: Peter Charaf/Wikimedia Commons)

A cada descoberta em torno desse material, a preocupação dos cientistas cresce. Em um experimento divulgado neste ano, por exemplo, os microplásticos estiveram em 100% das placentas analisadas. 

Microplásticos nos oceanos

Além dos próprios seres humanos, o material também marca presença na natureza, como é o caso dos oceanos. Na última quarta-feira (6), a Universidade Federal de Goiás liderou um estudo sobre poluição por microplásticos nas regiões costeiras do Brasil.

O grupo coletou mais de 6,7 mil amostras de areia e água em 750 praias localizadas em 300 municípios/distritos nos estados de Amapá, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os pesquisadores brasileiros pretendem quantificar e classificar esses microplásticos, além de mapear a distribuição da poluição e a determinação de índices de risco.

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