São Paulo – O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) tentou fazer com que Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, fosse para o presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.
Lessa está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), mas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), será transferido para o Complexo Penitenciário de Tremembé, também no interior paulista, conhecido como “presídio dos famosos”.
A transferência foi autorizada após pedido da defesa de Lessa, observadas as regras de segurança do estabelecimento prisional, mediante “monitoramento das comunicações verbais ou escritas do preso com qualquer pessoa estranha à unidade penitenciária, inclusive com monitoramento de visitas, enquanto não encerrada a instrução processual em curso no Inq. 4.954/RJ”.
Após a decisão de Alexandre de Moraes, o governo de São Paulo alegou que Tremembé não comporta um preso como Ronnie Lessa. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo, o presídio, conhecido por receber condenados por crimes de grande repercussão, não é de segurança máxima.
Porém, Lessa seria de grande periculosidade pelo seu envolvimento com as milícias no Rio de Janeiro. Então, a pasta recomendou a transferência dele para o presídio de Presidente Venceslau, uma unidade de segurança máxima.
Ainda assim, segundo apuração do Metrópoles, o ministro Alexandre de Moraes decidiu pela transferência do assassino confesso de Marielle Franco para São Paulo. Então, o governo paulista optou por levar Ronnie Lessa para uma ala do presídio de Tremembé, mais preparado para receber detentos com uma periculosidade maior.
Delação premiada
Moraes, na mesma decisão, expedida nesta sexta-feira (7/6), ainda determinou o levantamento do sigilo do acordo de delação premiada de Ronnie Lessa com a Polícia Federal.

ronnie lessa marielle(1)
Ronnie Lessa foi preso em 2019 por matar Marielle Franco
Reprodução

Ronnie Lessa
Reprodução

Ronnie Lessa
Ronnie Lessa é réu pelo assassinato da vereadora Marielle Franco
Reprodução

Casa de Ronnie Lessa, suspeito de assassinar Marielle
Casa de Ronnie Lessa
Imagem cedida ao Metrópoles
0
O ministro destacou que os “benefícios previstos na colaboração premiada dependem, obviamente, da eficácia das informações prestadas, uma vez que trata-se de meio de obtenção de prova, a serem analisadas durante a instrução processual penal”. O magistrado considerou que isso não impede que a transferência seja realizada de forma provisória.
Marielle Franco era vereadora da cidade do Rio de Janeiro pelo PSol. Ela foi baleada à queima-roupa depois de participar de um evento público na capital carioca. O carro em que Marielle estava foi atingido por 13 tiros, que também mataram o motorista Anderson Pedro Gomes e feriram uma assessora da política.
O caso chegou ao Supremo depois de suposto envolvimento de autoridade com foro privilegiado.