Dez pessoas morreram após confronto entre policiais e manifestantes em Nairobi, no Quênia. Durante o protesto contra a alta de impostos no país, um grupo de pessoas invadiu o Parlamento, nesta terça-feira (25/6).
Segundo testemunhas, os manifestantes teriam ateado fogo ao hall de entrada do prédio. Veja:
Irmã do ex-presidente norte-americano Barack Obama, a ativista queniana Auma Obama participava do ato contra as decisões do Parlamento e relatou, à CNN Internacional ter sido atingida com gás lacrimogêneo por policiais locais.
A imprensa local informou que o presidente do país, William Ruto, deve anunciar estado de emergência e colocar o Exército nas ruas. Entretanto, até a publicação desta reportagem, o governo queniano, alvo dos protestos, ainda não havia se pronunciado.
Aumento dos impostos
O Quênia vive crise econômica histórica, consequência de uma soma de fatores: pandemia da Covid-19, guerra da Ucrânia e seca histórica. A dívida do governo representa um terço das receitas.
Para tentar contornar a situação, o Executivo tenta aprovar um projeto com o objetivo de aumentar a arrecadação de impostos. O Parlamento aprovou o projeto de lei financeira, que ainda deve passar por uma terceira leitura pelos legisladores.
A lei financeira visa angariar mais US$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 14,6 bilhões, na cotação atual do dólar) em impostos, como medida proposta para aliviar a dívida pública, com o pagamento de juros que consomem 37% das receitas anuais do país.
Os manifestantes são contra o aumento de impostos, e muitos cidadões apelam pela renúncia do presidente William Ruto.